O símbolo que foi pintado na parede lateral do prédio, anteriormente planejado para abrigar todas as delegacias de Polícia Civil do município, já nem mais aparece. Ele foi coberto pelo mofo, que tomou conta de toda a parede externa da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento.
Sem uma fachada que lhe identifique, com as aberturas depredadas pelo tempo e com as grades da entrada principal enferrujas, presas pelo que resta do ferro que ainda não foi corroído, o prédio que fica na rua Dr. César Santos, no bairro Petrópolis, mais parece abandonado. Quem ainda não conhece o local, precisa “adivinhar” que se trata de uma delegacia.
Pior que ficar alguns minutos procurando pelo estabelecimento, é correr o risco de pisar em uma calçada prestes a desmoronar. É preciso ter cuidado redobrado ao caminhar em frente à delegacia, pois, além de estar desnivelada, parte do barranco que segurava as pedras da via pública, desmoronou.
De acordo com o delegado regional, Paulo Videla Rushcel, a calçada estava inserida na promessa da conclusão das obras. “A sua retomada, previa a conclusão do prédio, como, também, a reforma do que já vinha sendo usado, inclusive a calçada”, explica.
Como os trabalhos pararam no final do ano anterior, sem previsão para retomada, Ruschel se prontificou a procurar medidas emergenciais, afim de sanar os problemas da delegacia, que geram riscos, tanto ao servidor, quanto a população. “Tudo passa por Porto Alegre, devido a questões orçamentárias. Mas, como não existe nenhum dado concreto de retorno das obras, vamos tentar outra possibilidade”, conclui.
Outros problemas
Embora existam mastros em frente à delegacia para pendurar as bandeiras, o que se vê pendurado, no prédio, são fios de luz. Na garagem das viaturas, a polícia e os presos são submetidos a desviar da fiação, que é exposta. Ainda, se cair a energia, é necessário mexer no interruptor, que também é coberto pela fiação.
Segundo o delegado responsável pela DPPA, Gilberto Mutti Dumke, quando foram retomadas as obras, a construtora precisou mexer na fiação da garagem, por onde iniciaram a reforma. Como o trabalho parou, o que estava incompleto, continuou do modo como deixaram. “Eles encerraram uma etapa e iniciaram a outra, que está sem concluir até hoje. Há aproximadamente 15 anos atendemos em um ambiente improvisado. Agora, está ainda pior”, comenta.
Não há prognóstico para conclusão da delegacia. “A nossa expectativa é que logo possamos estar atendendo o público em um prédio com qualidade, adequado para o atendimento das vítimas, mas, por enquanto, não há nada oficial”, conclui.