A falta de efetivo na segurança pública não é novidade no Rio Grande do Sul. Atualmente, o número de policiais militares aposentados é quase o mesmo daqueles que estão na ativa, segundo dados da Secretaria de Segurança do Estado. Em Passo Fundo, a situação não é diferente. No 3º Regimento de Polícia Montada da Brigada Militar, veículos ficam estacionados no regimento porque faltam policiais. “O número de efetivo é aquém ao de viaturas disponíveis”, revela o comandante do 3º RPMon, tenente coronel André Idalmir Savian Juliani.
Segundo Juliani, no caso da contratação de novos PMs, o patrulhamento ostensivo no município aumentaria. “Se nós tivéssemos mais efetivo na rua, mais viaturas estariam trabalhando”. Entretanto, a pauta de novas contratações não deve ser levada adiante devido à crise atual do governo gaúcho. “A informação que temos é a que o governador [José Ivo Sartori] não vai abrir concurso para este ano e para o ano que vem, a gente não sabe nada”, explica.
Durante o dia há de 10 a 11 viaturas rondando por turno de serviço, que poderiam ser mais se houvesse policiais. “São de duas a quatro motos que trabalham por turno. E eu tenho [no Regimento] de oito a nove motos. Então, ficam paradas de três a quatro. Viaturas também têm sempre uma ou duas de reserva, aguardando efetivo”, explica.
Manutenção dos veículos
A falta de investimentos não atinge apenas o efetivo. Os veículos que são utilizados diariamente pela corporação dependem da verba estadual quando da necessidade de manutenção. Atualmente, no pátio do regimento, é possível ver alguns veículos acidentados e outros com problemas, que aguardam conserto. “Todo mês nós temos uma média de cinco ou seis, até oito viaturas aguardando conserto”, explica o comandante.
O processo para conserto do veículo demora. Isso porque, quando verificado o problema, existem algumas etapas. Entre elas, um processo licitatório, onde são feitos três orçamentos, ganhando a proposta de menor valor. A partir disso, o veículo é encaminhado à oficina, quando há verba. “Isso não é do dia pra noite. Pode demorar 10, 15, 20 dias”, explica o tenente coronel. Mas existem casos em que o conserto de viaturas não é feito porque o custo do reparo pode chegar até metade do valor do veículo.
Mesmo com a demora na manutenção ou mesmo da compra de novos veículos, a corporação oferece viaturas a todos os policiais. “Todos os nossos homens empregados estão embarcados, seja com bicicleta, moto ou carro. Não faltam viaturas, há falta de qualidade”, afirma o comandante.