Os peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) que atuaram na análise da espuma usada na boate Kiss, e que teria dado origem ao fogo, foram ouvidos na manhã de de sexta-feira (25), no Foro Central de Porto Alegre. Marcos José Carpes e Viviane Fassina, ambos químicos, responderam a questões formuladas pelas defesas dos réus Elissadro Spohr, Mauro Hoffmann e Marcelo de Jesus dos Santos.
Contaram que a amostra recolhida na boate foi submetida a teste para comprovar sua composição, o poliuretano, um tipo de polímero. A partir de testagens qualitativas com o material, observaram a emissão de gás cianítrico. Não souberam estimar a quantidade de gás que teria sido liberado na ocasião do acidente, nem se seria suficiente para matar.
Eles afirmaram que outros objetos inflamáveis que estavam no local, mencionados pelos defensores, como plástico, madeira e tecidos, não foram analisados. Dessa forma, quando questionados, disseram não poderem se manifestar sobre a emissão de gases pela queimas desses materiais.
O perito José Carpes também comentou sobre outro procedimento realizado com a espuma coletado na boate, que foi comparada com outra semelhante, adquirida no mercado, mas que continha uma substância retardante de queima. Nesse experimento laboratorial, chamado de teste de velocidade de queima, os peritos verificaram que a espuma coletada no local da tragédia foi consumida muito mais rapidamente pelo fogo.