A 1ª Delegacia de Polícia Civil investiga a venda irregular de seis terrenos em Passo Fundo. Segundo o delegado Diogo Ferreira, os golpistas utilizaram procurações falsas para realizar as vendas através de uma imobiliária. O golpe gerou um prejuízo de R$ 2 milhões aos compradores. As investigações começaram em junho deste ano.
Das seis vendas, três chegaram a ser reconhecidas no tabelionato de Passo Fundo e transferidas para os novos donos. O golpe só foi descoberto na quarta tentativa de transferência. Todos os pagamentos foram realizados à vista, com valores que não correspondiam ao real valor de mercado. “Alguns desses terrenos foram vendidos pela metade do preço porque eles (golpistas) queriam vender rápido, pegar o dinheiro e sumir”, explica o delegado. “Teve terreno que valia R$ 2 milhões que foi vendido por R$ 600, 700 mil”.
Segundo a PC, a imobiliária havia recebido a procuração de venda pelos correios e, em seguida, vendido os terrenos como de praxe. Nenhum dos seis proprietários verdadeiros mora em Passo Fundo. Eles informaram à polícia que não sabiam da existência da procuração. Os depósitos foram feitos em diversas contas bancárias, todas com origem em Curitiba, no Paraná, e em São Paulo capital. Em alguns casos, os golpistas pediam para que fossem feitos pagamentos em contas e em valores diferentes.
A organização
Segundo a polícia, é provável que o grupo seja de fora do Rio Grande do Sul. “É uma organização criminosa bem estruturada. Eles criaram um tabelionato falso em São Paulo. Criaram até uma central para atender as ligações”, explica o delegado Diogo. “As procurações que eles falsificaram são muito bem elaboradas. De tão bem falsificadas, o tabelionato reconheceu a autenticidade delas três vezes”. A imobiliária pode ser responsabilizada a ressarcir as vítimas, mesmo que as investigações não apontem para o envolvimento da empresa no golpe. A Polícia Civil continua as investigações.