Desde que foi inaugurada em Passo Fundo, em dezembro de 2008, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher sempre esteve sob a titularidade da mesma delegada: Claudia Rocha Crusius. Hoje (12), entretanto, Claudia não responde mais diretamente pelos crimes de gênero e violência doméstica que ocorrem nesta região, pois assume uma responsabilidade ainda maior: a Coordenadoria das Delegacias de Polícia Especializadas no Atendimento à Mulher no Rio Grande do Sul.
Embora o serviço de coordenação demande tempo e atenção, Claudia ainda utiliza o seu conhecimento para comandar outra Delegacia da Mulher, em Porto Alegre. A solenidade de posse ocorre hoje, no Auditório Cícero do Amaral Viana, no Palácio da Polícia, em Porto Alegre, e é presidida pelo chefe da Polícia Civil, delegado Guilherme Yates Wondracek.
A jornada
No ano de 1999, Claudia assumia o cargo de delegada de polícia em Passo Fundo. Na época, ela foi designada para o Centro de Operações, que hoje é intitulado como Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento. Dentre os quase 17 anos que atuou no município, foi titular da 2ª Delegacia de Polícia, do Posto Policial para Mulher – inaugurado em 2001 – e da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher. “Fui a primeira Delegada de Polícia da cidade”, orgulha-se.
Entre as vivências e histórias acumuladas, muitos momentos marcaram o trabalho da delegada. Ela, entretanto, se restringe a mencionar o apoio que os órgãos de segurança receberam, por motivo de ética profissional. “Prefiro preservar as vítimas e suas famílias. Mas destaco o apoio da rede de atendimento, que envolve desde a Casa para as vítimas mantidas pelo Poder Público desde 2003, e o apoio do movimento de mulheres, do Comdim, e da UPF, através das extensões universitárias do CEPAVI/Faculdade de Psicologia e do ProJurMulher/Faculdade de Direito”, ressalta.
Desafio motivador
O Rio Grande do Sul conta, hoje, com 22 Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher. “A demanda atendida é alta em todas as cidades onde existem esses órgãos policiais, que, por questões históricas que atingem toda a Polícia Civil, contam com estrutura deficitária, em especial em relação à carência de pessoal”, afirma.
Apesar das dificuldades físicas, o aprendizado obtido em Passo Fundo, pela delegada, deve contribuir nessa nova etapa profissional. “A experiência que levo é primordial neste momento, para a implementação do ritmo de trabalho na nova lotação. Esperamos contar com o apoio da rede local e também das colegas titulares das demais DEAMs do Estado”, diz e completa: “Assumir a Coordenadoria das DEAMs é um desafio profissional que muito me motiva”.
E, verdadeiramente motivada, já traçou seus principais objetivos como coordenadora. “Pretendo fazer um trabalho voltado à valorização das atividades realizadas pelas DEAMs e encontrar caminhos que permitam melhores condições de trabalho para o pleno exercício de nossas funções na titularidade desses órgãos policiais, face à especificidade de atendimento que prestamos às vítimas de violência doméstica e de gênero”, conclui.
