Moradores da rua General Neto, no centro de Passo Fundo, reclamam do barulho no local durante a noite e a madrugada. Além do som alto, o estouro de rojões é outro problema denunciado por quem mora na região. O consumo de bebidas alcoólicas e acúmulo de lixo na rua são outras queixas antigas.
De acordo com um morador que não quis se identificar, a situação é rotineira. “É fim de semana, todo dia”, disse. “Eu já tive que pedir licença para entrar no meu prédio porque tinha um [rapaz] urinado na frente”. Segundo ele, é comum ouvir gritos, brigas e todo tipo de barulho de pessoas que se reúnem nas calçadas e canteiros. Ali, conforme o relato, elas permanecem durante toda a madrugada, consumindo bebidas alcoólicas em volta de veículos com som alto. “Teve um [veículo] que passou pela rua com o som tão alto que tremeu até os vidros. Fica difícil dormir”, lembrou. “Algumas caminhonetes que ficam ali têm só som [na caçamba]”.
O morador não quis se identificar porque teme sofrer ameaças. Segundo ele, isso ocorre quando algum dos moradores pede para que se pare com perturbação sonora na rua. Geralmente o pedido não é atendido. “Ligamos para a Brigada Militar todos os dias, mas eles vêm às vezes”, afirma. O morador diz que operações são feitas pelos órgãos de segurança na rua, mas não são suficientes para acabar com o problema. “É toda a noite. Depois fica o lixo espalhado pela rua, na frente da Catedral”, alerta.
Rojões
A queima dos rojões também se tornou um problema diário para os moradores. Nessa semana, rojões foram jogados no telhado de um estabelecimento comercial, causando prejuízos para o responsável pelo local, um homem de 48 anos que também não quis se identificar. “Antes era só de madrugada [o barulho], hoje não tem mais horário para começar. Agora, seis, sete horas (da noite) eles já começam. Isso aqui virou uma esbórnia”, afirmou. O barulho durante toda a madrugada atrapalha o descanso de quem mora na rua. “Teve um morador que precisou ir dormir na cozinha por causa do barulho”, pontua, afirmando que o consumo de drogas também é uma constante.
Ministério Público
O problema não é novidade para o Ministério Público. Além da rua General Netto, a rua Independência é outro local que preocupada as autoridades. O promotor Paulo Cirne diz não ter recebido nenhuma informação sobre o barulho dos rojões. Quanto à perturbação do sossego, ele diz que o órgão está ciente da situação e afirma que é preciso ser feito um trabalho de medidas preventivas dos órgãos responsáveis. “Necessitamos, para poder atuar, da Brigada Militar, agentes de trânsito, do Batalhão Ambiental, uma vez que se tratada de ocorrências relacionadas à perturbação do sossego, estacionamento em local proibido, direção perigosa entre outros crimes e infrações”, explicou. Na opinião do promotor, uma alternativa para o problema seria a proibição de consumo de bebidas alcoólicas em via pública. “Embora possa parecer radical, seria importante para auxiliar no combate, ainda que fiscalizar seja difícil”, pontuou. “Seria uma ferramenta para Brigada Militar atuar, evitando eventuais abusos”.