Os delegados de polícia do Estado divulgaram nota editada em assembleia geral da Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep-RS), realizada na última semana, na qual manifestam a extrema preocupação com o futuro da segurança pública em nosso Estado. Confira abaixo:
“Não obstante os esforços da Polícia Civil, que vem desenvolvendo exitoso trabalho de investigação criminal graças ao empenho dos seus servidores, os índices de violência crescem incessantemente, na mesma proporção em que crescem as necessidades materiais e humanas da Instituição.
Esse empenho é reconhecido pelo próprio Governo, que o enfatiza em suas campanhas publicitárias, certamente dispendiosas. Porém, não se vê a correspondente valorização dos policiais civis, na medida em que sua remuneração é paga com atraso e parcelada e não recebem promoções obrigatórias há mais de ano. Além disso, apesar do árduo trabalho que vem sendo feito pelos Delegados de Polícia, suas remunerações já estão defasadas em relação às demais carreiras jurídicas de Estado que em Janeiro de 2015 receberam um reajuste de 9,14%, não se compreendendo por que apenas uma parcela dos servidores públicos sofre os reflexos da propalada crise financeira.
É chegada a hora de se tratar como prioritária a segurança dos gaúchos e isso necessariamente passa pelo reconhecimento da autonomia administrativa e financeira da Polícia Judiciária, permitindo sua gestão técnica e não política.
Em ilegalidade oficializada, a Polícia Civil tem sido forçada a manter pessoas presas nas delegacias de polícia, sem mínimas condições de higiene e alimentação durante dias, quando deveriam permanecer poucas horas e ser imediatamente recolhidas a estabelecimentos penitenciários. Estas e outras situações, que afetam inclusive a saúde dos policiais, caso persistam, certamente agravarão o quadro de insegurança de toda a sociedade.
Apesar de tudo, os Delegados de Polícia têm consciência de sua responsabilidade e decidiram continuar trabalhando em prol de uma sociedade minimamente segura, convictos de que é o certo a ser feito. Pelo menos enquanto isso for possível”.