Passo Fundo receberá investimentos

Município que está entre os mais violentos do Estado será beneficiado na segunda fase do Plano Estadual de Segurança Pública

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Passo Fundo receberá investimentos nos órgãos de segurança pública, na segunda fase do Plano Estadual de Segurança Pública. A cidade está na lista das 19 mais violentas do Rio Grande do Sul, que somam 85% das ocorrências de crime contra a vida e patrimônio. Por isso, essas cidades devem dividir 2,6 mil policiais, entre civis e militares, e R$ 166,9 milhões em investimentos na área de segurança pública até 2018.

IGP
O governo fará concurso para o Instituto Geral de Perícias (IGP), em caráter emergencial, para preenchimento de 106 vagas. Serão 36 para técnicos, 35 para peritos e 35 para médicos legistas. O investimento na seleção e na formação será de R$ 3,09 milhões. Passo Fundo e outros 150 municípios, que fazem parte da Região 2, também devem receber investimentos, segundo o coordenador regional do IGP, Ricardo Durks. Primeiramente, a região terá novas viaturas, que já estão em processo de licitação. Não existe, no entanto, uma quantidade certa de veículos que serão recebidos.

Além disso, o coordenador solicitou 120 profissionais para a região. Para atendimento apenas em Passo Fundo, segundo ele, seriam necessários seis peritos, quatro médicos legistas e oito técnicos. O pedido integral não deve ser atendido. “Tenho 38 [servidores] para toda a região, eu precisaria de pelo menos 110 para fazer um atendimento adequado”, explica. “Não sei quantos virão, mas a gente acredita que seja um número chegando a 10% do valor que necessitamos aqui”, acrescenta.

Apesar do número aquém do necessário, os profissionais que virão devem ajudar a região e diminuir a espera quando ocorrem atendimentos concomitantes, afirma Durks. “Não vai resolver todas as demandas que temos aqui, mas dará uma boa ajuda para agilizar o atendimento e prestar um serviço de melhor qualidade”, acrescenta o coordenador.

Brigada Militar
Os dois mil aprovados no concurso público da Brigada Militar serão chamados e ingressarão nos cursos de formação até janeiro de 2018. Os concursados serão chamados e farão cursos de formação em três etapas. Entre agosto e dezembro deste ano, a BM formará 530 entre agosto de 2016 e fevereiro de 2017. Na segunda etapa, em 2017, a BM formará 770 PMs entre janeiro e julho. E na última, entre julho de 2017 e janeiro de 2018, 700 policiais militares serão formados.

Passo Fundo também terá acréscimo no efetivo e investimento em equipamentos e viaturas, segundo Fernando Carlos Bicca, comandante do CRPO/Planalto. Não existe, até o momento, um número de policiais que serão destinados para Passo Fundo nem região, nem informações sobre o investimento.

Apesar disso, para a sargento Miriam Canova do Rosa, presidente da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho de Passo Fundo, o chamamento não resultará em melhoria no número de policiais da corporação. “Esse efetivo que o governo diz que vai chamar, não vai dar para nada. Os cursos [de preparação] desses dois mil policiais deveriam ser feitos agora”, diz ela. “A população não tem condições de esperar novos policiais até 2018”.
Segundo Miriam, até o fim da última etapa de formação de novos PMs, em janeiro de 2018, mais policiais terão saído do que ingressado na corporação. “Mais de cinco mil policiais vão sair até 2018. Esses dois mil policiais que o governo vai chamar parcelado não vão adiantar em nada. Vão suprir poucas coisas na segurança pública”, afirma, dizendo que, além do acréscimo no efetivo, serão necessários investimentos em viaturas, armamento e tecnologia para o trabalho dos policiais.

Susepe
O governo estadual autorizou, para ainda em 2016, um concurso para 700 novos agentes penitenciários da Susepe. A 4ª Delegacia Penitenciária Regional, com sede em Passo Fundo, deve receber parte desses novos agentes para atender as 11 casas prisionais da região, segundo o delegado penitenciário regional adjunto, Erverson Cardozo. Inicialmente, segundo ele, a construção da penitenciária feminina não está incluída na segunda fase do Plano Estadual de Segurança Pública.

Já o Presídio Regional de Passo Fundo pode receber investimentos em reformas. Isso, entretanto, depende do chamamento de novos agentes, o que já foi autorizado pelo governo. Falta, ainda, a publicação do edital do concurso. “Não adianta aumentar a estrutura e não ter pessoal para trabalhar, porque daí teremos um problema maior. Porque assim aumenta a capacidade de absorção do preso no presídio, mas não tem a contrapartida de ter profissionais para trabalhar”, explica o delegado penitenciário. 

A 4ª Delegacia Penitenciária Regional não divulga a quantidade de agentes que trabalham nos presídio da região, mas, segundo Everson, o déficit é significativo. “Nós estamos com uma necessidade acima de 40% do efetivo que temos na região para poder suprir razoavelmente as necessidades”, afirma.

Polícia Civil
O Estado anunciou que 661 aprovados no concurso da Polícia Civil serão chamados até novembro de 2017. Assim como no caso da BM, os aprovados realizarão cursos de formação em três etapas. Segundo delegado titular da 6ª Delegacia de Polícia Regional (DPR), Adroaldo Schenkel, Passo Fundo e região serão beneficiados com a iniciativa. “Isso, com certeza, vai acrescentar no nosso efetivo da região. Os novos policiais da academia serão destinados inicialmente para as cidades com maiores índices de violência, que é o caso de Passo Fundo”, afirma o delegado regional.

Schenkel define as medidas como “boas”, que vêm em “boa hora” para o combate à criminalidade no município e região. “Haverá maior aporte de investimento para horas extras, que representa mais mão de obra policial na investigação do crime”, pontua. O governo garantiu que de junho a dezembro de 2016 R$ 52,2 milhões serão investidos em horas extras e diárias para a Segurança Pública. “Então teremos mais dinheiro para as horas extras e mais horas trabalhadas pelos policiais e investidas no serviço fim da Polícia Civil, que é a investigação”, finaliza o delegado regional.

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