Um homem foi ferido no peito com um golpe de faca durante a noite dessa segunda-feira (12), durante horário de trabalho. O cobrador estava no coletivo urbano que faz a linha São Luiz/Zachia quando um indivíduo embarcou, por volta das 22h40, e rendeu a vítima com uma faca. Sem reagir à ação e obedecendo a ordem do marginal, o trabalhador preparou-se para pegar o valor que tinha no caixa e entregar ao assaltante, momento em que foi atingido pelo golpe. O marginal fugiu em seguida.
A vítima já deu alta do hospital e conversou com a equipe da 1ª Delegacia de Polícia, responsável pela investigação. De acordo com o delegado titular, Diogo Ferreira, o suspeito é, sem dúvidas, usuário de drogas. “De um usuário pode-se esperar tudo: ele pode estar alucinado e interpretar um gesto e até um olhar de forma diferente e agredir. É um perigo eminente”, afirma.
Em relação ao ano anterior, segundo índice da Polícia Civil, o número de roubos a ônibus urbanos aumentou significativamente. Enquanto em todo ano de 2015 foram registrados 97 delitos, até o início novembro deste ano já foram 133. Conforme Ferreira, entretanto, o que chama mais atenção ao se tratar desses delitos é a hostilidade nos atos. “A violência está mais exposta. Anteriormente eles ameaçavam as vítimas com facas ou armas de fogo. Agora eles agridem e ferem com mais gravidade. É um crime delicado por não sabermos como o assaltante vai agir”, comenta.
A segurança dos usuários e dos trabalhadores dos ônibus não depende somente da polícia, segundo o delegado. “Ações preventivas são mais eficientes do que as repressivas, pois é com prevenção que se evita algo pior, como um latrocínio (roubo com morte), por exemplo”, pontua. Para Ferreira, além da bilhetagem, uma alternativa defendida pelos representantes da Segurança Pública, a instalação de câmeras é imprescindível. “Tanto dentro quanto fora, se instaladas as câmeras, o número reduzirá consideravelmente, pois eles irão procurar outro lugar, sem as câmeras, para delinquir”, expõe.
Já em relação à bilhetagem, o delegado afirma que é a melhor alternativa: “O que roubam hoje são vales-transportes, que serão trocados nas bocas de fumo, de forma ilícita. O traficante vai entregar as passagens para usuários de ônibus fazendo com que retornam à circulação. É um ciclo. A bilhetagem não. Se forem roubadas nem prejuízo vão dar, já que pode se cancelar o bilhete assim que o crime ocorrer”, completa. As investigações sobre o caso estão adiantadas.
Parque Farroupilha/Lucas Araújo
Na mesma noite, minutos antes, outro assalto a ônibus havia sido registrado. O crime ocorreu na Avenida Sinimbu, Parque Farroupilha. Conforme ocorrência policial, uma mulher embarcou no veículo e rendeu o cobrador que fazia a linha Parque Farroupilha/Lucas Araújo, com uma faca. Ela levou o dinheiro do caixa. O caso também é investigado pela 1ª DP.
Passageiros
Em relação aos passageiros, Ferreira não demonstra tanta preocupação, já que dificilmente são alvos. Segundo o delegado, de todos os casos que chegaram para investigação da 1ª DP, este ano, dois ou três têm como vítimas, também os usuários. “É exceção. Geralmente o passageiro está distraído e acaba tendo o celular ou a bolsa roubados na passada do assaltante.”