O número de homicídios registrados em Passo Fundo no último ano reduziu se comparado ao ano anterior. Foram contabilizados 37 homicídios com 38 mortes no município, para 43 delitos com 47 mortes em 2015. O saldo é considerado positivo pela titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Desaparecidos (DEHD), Daniela de Oliveira Mineto.
De acordo com a delegada, há uma estabilidade em relação a 2015. “O ano passado tivemos um número alto entre o Natal e o Ano Novo. Foram quatro homicídios do dia 24 ao dia 30. Uma situação atípica. Acreditamos que esse ano, no máximo, o número se iguala”, pondera. Em relação às tentativas de homicídio, os registros se aproximam de 95, quando o comum é ultrapassarem os 100 casos.
Para Daniela, a gravidade é a mesma para ambos os delitos. “Como diz o próprio tipo penal, a tentativa de homicídio ocorre quando a pessoa não morre por circunstâncias alheias à vontade do autor. Ou seja, o autor queria matar, mas a vítima teve sorte. E por isso a gente trabalha com a mesma seriedade para os dois crimes”, esclarece.
Sobre a equalização no número de casos, o mérito se deve também ao trabalho realizado na delegacia, segundo Daniela. “É difícil fazermos um controle dos homicídios, por suas mais variadas motivações, mas como existe uma resposta imediata para a sociedade, acredito que isso fique no subconsciente de quem pensa em realizar a ação”, reflete.
Tão é verdade sobre rapidez da resposta à comunidade, que apenas um homicídio, ocorrido no final do mês de setembro, no bairro São Luiz Gonzaga, não foi esclarecido. Além dele, um infanticídio registrado no mês de agosto – que não é contabilizado junto aos demais homicídios – está sem autoria. “Estamos com 91% de elucidação de todos os casos”, diz.
E dos quase 130 inquéritos policiais da DEHD – contando as tentativas –, somente 34 ainda não foram enviados ao Poder Judiciário. Desses, um é do triplo homicídio que ocorreu em 2015, mas que logo deve ser concluído e os demais datam apenas de junho para cá. “Não há atrasos”, completa.
Motivação
Ao contrário do que ocorre em outras cidades do Estado, como Caxias do Sul, por exemplo, em Passo Fundo não há uma motivação preponderante para o cometimento de homicídios. “A criminalidade do traficante abatendo o usuário ou do confronto entre traficantes ainda não está definida em nossa cidade, que é um bom fator para que os números não aumentem”, diz.