Número de furtos diminui 13% em Passo Fundo

Foram registrados 363 casos de furtos a menos em 2016 na comparação com o ano anterior, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública

Por
· 4 min de leitura
 Crédito:  Crédito:
Crédito:
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

O número de furtos, roubos, extorções, estelionatos e homicídios diminuiram, em Passo Fundo, no ano passado. Os furtos de veículos caíram em torno de 6% no município. Em 2016, foram 597 casos no município, 37 a menos do que em 2015. Os furtos totalizaram 2.296 casos, 363 a menos do que no ano anterior. No Rio Grande do Sul, foram 19.542 casos de furto de veículos no ano passado, o que representa uma redução de 3,5%, e 157.919 se somados todas as ocorrências de furto. Os dados são dos indicadores de criminalidade, divulgados nesta quinta-feira (26), pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul.

O número de furto de veículos tem caído em função da procura por automóveis mais modernos, de acordo com o delegado da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) Adroaldo Schenkel. “Esses veículos mais modernos e potentes não permitem a subtração com chave micha (ou mixa) ou ligação direta, esses tipos de situação exigem a chave para poder ser levados. E a chave tem de ser então tomada do proprietário, razão da ação de roubos”, explica.

Para o secretário Cezar Schirmer, o atual cenário reflete a efetividade do trabalho das polícias e da força-tarefa da Operação Desmanche, coordenada pela SSP e composta por Brigada Militar, Polícia Civil, Instituto-Geral de Perícias e Detran/RS. “Conseguimos dar início a um processo de desarticulação desta cadeia comercial ilegal, atingindo em cheio a receptação. Estancando a demanda por peças será possível reduzir drasticamente o roubo e o furto de veículos”, afirma.

Em 29 edições da Operação Desmanche, foram apreendidas mais de 2,1 mil toneladas de sucata automotiva. Ao todo, 46 estabelecimentos foram fechados e 37 pessoas presas, em 15 municípios. A expectativa é expandir ainda mais o raio de ação em 2017. “Já temos um bom número de municípios prospectados. Esperamos, ainda no primeiro semestre, dar início a operações nestas localidades”, assegura o tenente coronel Cesar Augusto da Silva, coordenador da força-tarefa.

Estelionatos

Os estelionatos também diminuiram: em torno de 25%. Foram 90 casos a menos em 2016, no município. Schenkel explica que como é um crime que envolve bens materiais e a ação de iludir a vítima, os grupos, de Passo Fundo, que agem no estelionato costumam aplicar os golpes como o conto do bilhete, entre outras modalidades do crime, em municípios vizinhos.

Tráfico

Enquanto alguns delitos tiveram redução nas estatísticas, outros aumentaram. Um deles é o tráfico. Foram 175 ocorrências de entorpecentes por tráfico no ano passado, 16 a mais do que em 2015. Ao passo que aumentam os índices de tráfico, se torna mais visível o trabalho da Polícia Civil, conforme o delegado da Defrec. “O tráfico decorre muito da ação da polícia. Aumentou o número de registros de tráfico, mas todos são registros feitos pela polícia. Significa que a polícia está trabalhando. Não há registro de tráfico feito por vítima. É um número que preocupa porque há tráfico em Passo Fundo e é um crime de relevância - até pela posição de Passo Fundo como polo regional”, ressalta.

Mortes

O número de mortes violentas caiu em Passo Fundo, em 2016. Foram registrados 44 mortes entre homicídios , homicídios de trânsito e latrocínios (roubo com morte). Em 2015, haviam sido 47 mortes violentas, sendo que desses 43 foram homicídios. Os índices da SSP apontam para 36 homicídios e seis latrocínios em Passo Fundo, em 2016. Porém, dados da Polícia Civil local registraram 37 homicídios e cinco latrocínios no ano.

De acordo com Adroaldo Schenkel, o latrocínio traz preocupação pelo número de aumento nos casos. Se analisados os números locais, o aumento é de 40%. Pelas estatísticas da SSP, o aumento no latrocínio foi de 50% no município. No estado, o aumento desse crime foi de mais de 14%. Foram 164 roubos com morte no ano passado. No ano anterior haviam sido 143 ocorrências. “Nos preocupa o número de latrocínios. Não são muitos os casos, mas há um aumento. Todos já foram esclarecidos pela Polícia Civil. Apenas um com o autor foragido, mas já identificado e já com prisão preventiva decretada”, enfatiza Adroaldo Schenkel.

Quanto aos homicídios, o delegado alerta que Passo Fundo já teve uma taxa mais elevada, mas que com a criação da Delegacia Especializada em Homicídios e Desaparecidos (DEHD), “praticamente todos os crimes são esclarecidos. O nosso índice é um dos mais altos do Estado em elucidação de homicídios”. A delegada da DEHD, Daniela de Oliveira Mineto, acredita que o trabalho realizado pela delegacia tem influência sobre o número de casos. “É difícil fazermos um controle dos homicídios, por suas mais variadas motivações, mas como existe uma resposta imediata para a sociedade, acredito que isso fique no subconsciente de quem pensa em realizar a ação”, reflete.

A prevenção do homicídio é muito difícil porque é muito ocasional, explana Schenkel. “Muitos deles têm relação com o tráfico - dívidas de tráfico, disputa por pontos de venda - que também é combatido e no restante podem ser brigas de trânsito, brigas de vizinhança, desavença, problemas passionais. Então a prevenção é muito difícil. O importante é que são resolvidos um a um e imediatamente atendidos pela Polícia Civil”, pondera. Por fim o delegado salienta que mesmo com uma carência no efetivo, já conhecida, decorrente de dificuldades do Estado, a Polícia Civil vem trabalhando para manter a tranquilidade da população de Passo Fundo.

 

Gostou? Compartilhe