A Polícia Civil de Sertão apura fraude milionária aplicada contra o IPE/RS. Segundo o delegado que coordena a investigação, Adroaldo Schenkel, a pensionista morreu há mais de 20 anos, mas o benefício continua sendo pago, como se ela ainda estivesse viva. Quem recebe o valor mensal é o filho de criação, seu procurador. “Houve a tentativa de uso de uma procuração falsa, que teria origem em Sertão”, diz.
Com base na informação, a polícia iniciou as diligências e apurou que a beneficiária é falecida desde 1995, quando foi sepultada em Passo Fundo, contudo não há registro do óbito. A mesma recebia pensão há muitos anos, em decorrência do falecimento de seu marido, um sargento da Brigada Militar. Os créditos mensais eram encaminhados a uma conta do Banrisul de Blumenau/SC, por meio desse familiar.
Após a morte da pensionista e mediante procurações e outros documentos falsificados, o familiar continuou recebendo os valores, que foram utilizados até recentemente. “O investigado inicialmente negava os fatos. Após quebras de sigilo bancário foi comprovado que os valores estavam sendo aproveitados pelo acusado e sua filha, através de cheques, transferências, compras e pagamento de contas com uso do cartão e da conta em nome da pensionista falecida”, explica.
Buscas
Agentes da Delegacia Especializada em Furtos Roubos Entorpecentes e Capturas (Defrec) cumpriram buscas na última sexta-feira (17), na residência de pai e filha, que moram em Passo Fundo. Diversos documentos foram apreendidos e passam por análise policial. O IPE foi alertado da fraude, informando que, sem correção, os valores ilicitamente pagos, importam em mais de R$ 620.000,00. Com as correções o prejuízo chega a milhões. Os investigados, cujos nomes não foram divulgados pela polícia, podem ser indiciados por estelionato, falsificação e uso de documentos falsos e falsidade ideológica.