Os 674 detentos do Presídio Regional de Passo Fundo encerraram, no final da tarde de ontem, a greve de fome iniciada na manhã de terça-feira. Através de um documento encaminhada à Vara de Execuções Criminais, eles justificaram os motivos do protesto e apresentaram uma lista de reivindicações, que inclui, melhorias na estrutura do presídio, problemas da superlotação, falta de atendimento médico, revisão de tempo das penas, entre outras. Por solicitação dos próprios presos, as visitas de familiares foram suspensas ontem e serão retomadas a partir desta sexta-feira.
Diretor do Presídio, Renato Garlet participou de uma reunião com representantes do movimento, ainda na terça-feira. Ele explicou que alguns itens relacionados no documento, como a questão da superlotação (674 presos para 307 vagas) é algo que não pode ser resolvido de imediato.
Por outro lado, disse ainda que problemas envolvendo a estrutura da casa prisional, podem ser amenizadas com a colaboração dos próprios detentos. “A questão do esgoto é um exemplo. No ano passado fizemos a reforma de toda a rede. Como costumam colocar comida no vaso sanitário e nas fossas, acaba entupido a tubulação. Sobre a questão médica, Garlet justificou que, o tempo para atendimento de uma consulta médica de um especialista, leva o mesmo tempo de espera de uma pessoa que está em liberdade. “Quando chega o dia acabam desistindo. O mesmo ocorre com as audiências. Não podemos forçar ninguém a participar” explica. Sobre a lista entregue com 70 nomes de presos, que, segundo eles, teriam direito a progressão de regime, será avaliada hoje por um defensor público.
A decisão de encerrar a greve de fome foi tomada em uma nova reunião, no final da tarde de ontem, com a direção. Ficou acertado que no dia 30 de março, um grupo participará de uma reunião com a juíza da 3ª Vara de Execuções Criminais, Ana Cristina Frighetto Crossi, para tratar das reivindicações. Um defensor público vai analisar a lista com 70 nomes de presos que reivindicam direito de progressão de regime.
