Policial que se envolveu em tiroteio fala dos momentos de tensão

Tiroteio no centro de Passo Fundo deixou uma pessoa morta, no começo da madrugada de quarta-feira

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Segundo testemunhas, o fato só não foi mais grave, porque o atirador parou o carro à diante da portaSegundo testemunhas, o fato só não foi mais grave, porque o atirador parou o carro à diante da porta
Segundo testemunhas, o fato só não foi mais grave, porque o atirador parou o carro à diante da porta
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“O confronto foi muito de perto. Fiquei no limpo, só com o ferro da placa da rua como proteção”, conta o policial militar, sobre o momento de tensão que passou na madrugada dessa quarta-feira (22), enquanto trocava tiros com o cliente de um bar, que retornou armado ao estabelecimento, após envolver-se em uma briga com outros frequentadores do local.
Joel Rick, de 30 anos, avisou que retornaria para acertar contas. Ele iniciou os disparos, mas acabou alvejado durante a troca de tiros que ocorreu na esquina das ruas Independência com Fagundes dos Reis, em frente ao bar. Embora tenha sido socorrido ao hospital, pelo Corpo de Bombeiros, não resistiu aos ferimentos.  
Era por volta da 01h quando dois policiais militares chegaram ao estabelecimento, para aproveitar a folga. Já na entrada, presenciaram uma discussão entre o gerente do local e um cliente, de 44 anos, que seria o chefe de Rick. À paisana, um dos policiais tentou apaziguar o desentendimento. Enquanto conversava com os envolvidos na briga, um veículo GM/Vectra de cor preta, e com as placas dobradas para cima, parou sobre a faixa de segurança da esquina.
Rick era quem dirigia o carro. Ele desembarcou do automóvel, com um revólver em punho, e disparou na direção do gerente, onde também estava um dos policiais e um segurança da casa. Os PM’s revidaram aos disparos, imediatamente, momento em que iniciou o tiroteio. “Foi por Deus que não aconteceu nada de mais grave comigo e com as outras pessoas que estavam ali”, relata o policial que preferiu não se identificar.
O homem foi ferido. Um dos policiais também foi atingido, porém de raspão, na perna. Outros clientes que frequentavam o bar ficaram feridos pelos estilhaços dos vidros que quebraram.
O homem que discutia em frente ao local, tentou correr. Testemunhas detiveram o mesmo, que foi agredido pelos populares. Um terceiro policial militar estava nas imediações e, ao ouvir os estampidos e gritos, foi até o bar. Ele auxiliou com a prisão do responsável por iniciar a confusão.
Frequentadores do bar relataram ter ouvido Rick dizer que voltaria armado. “Ele deu o primeiro tiro, foi atingido por um disparo e continuou atirando na direção do policial, sem parar. Se ele desce com a arma escondida e entra no bar, acaba matando gente lá dentro, porque estava cheio naquela hora”, diz uma testemunha, que também não quis se identificar.


Inquérito policial

O caso foi encaminhado à Delegacia Especializada em Homicídios e Desaparecidos. De acordo com a delegada titular, Daniela de Oliveira Mineto, os policiais à paisana devem responder o processo por crime de homicídio, quando será analisado se a atuação dos mesmos foi em legítima defesa. “Nesses casos que os policiais atuam em legítima defesa, não é comum indiciá-los. O inquérito é remetido ao Poder Judiciário, quando se decide por denunciar ou não”, esclarece. Já o envolvido com a confusão, que foi recolhido ao presídio após os trâmites legais, deve responder por tentativa de homicídio e lesão corporal. 

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