O conflito entre dois grupos de índios da Reserva do Ligeiro, no município de Charrua, ainda não acabou. De acordo com o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Passo Fundo, Laureano Ártico, as partes ainda não chegaram a um acordo para colocar fim ao conflito que ocorre desde agosto. Assim, índios expulsos da reserva continuam em um ginásio de esportes em Charrua.
Na semana passada, um dos grupos escolheu um novo cacique, mas que não foi reconhecido pelos índios que continuam na reserva. Dessa forma, ainda nesta semana, deve ocorrer uma reunião no Ministério Público Federal para tentar resolver o problema. "O pessoal que está lá dentro [na Reserva] diz que tem cacique e o que quer voltar quer apresentar o cacique deles", explicou Laureano. Segundo ele, existem diversas possibilidades que podem ser acordadas para que chegue ao fim a divergência. "Eles têm de se aceitarem mutuamente. Assim, a volta [dos índios que estão no ginásio] poderia ocorrer no fim de semana próximo, mas isso tem que ter a concordância de ambas as partes", disse.
Durante o conflito diversas residências foram queimadas e cerca de 400 pessoas saíram do local. Além disso, um indígena de 26 anos foi morto a tiros na tarde do último dia 17, no ginásio. Três dias antes, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão na Reserva do Ligeiro, no ginásio onde ocorreu o homicídio e em municípios da região, que resultou em cinco prisões.