Com câmara fria estragada, corpos são sepultados sem identificação

Equipamento está sem funcionar há dois meses. Conserto custa R$ 5 mil

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O Posto Médico Legal de Passo Fundo, localizado na UPF, está com a câmara fria sem funcionar há cerca de dois meses. Ela é a única disponível na região 2 do Instituto-Geral de Perícias, que atende 151 municípios. O equipamento é utilizado para o armazenamento de corpos que precisam ficar mais tempos no local até serem identificados.

 

No fim de semana passado, quando foram localizados os corpos da família de Carazinho que estava desaparecida, o posto ficou com quatro corpos armazenados. "Se o cadáver chega e é identificado pela família logo após a necrópsia, não tem problema. Temos problemas se o corpo está em estado avançado de decomposição. Aí o corpo tem que ficar mais dias", explica o coordenador regional do IGP, Ricardo Durks.

 

Para diminuir o problema, os peritos trabalham para que o corpo fique menos tempo possível, para evitar o forte cheiro que pode prejudicar a saúde dos profissionais do PML. "Se a gente não tem a câmara fria, o que fazemos é o encaminhamento imediato do corpo para sepultamento, mesmo sem identificação. Não é indicado, mas, nesses casos, é o que temos que fazer". Antes do enterro, os peritos coletam o material para o exame de DNA e, por fim, é feita a exumação do corpo para a identificação. Esse procedimento é padrão em cidades que não têm câmaras frias.

 

De acordo com o coordenador regional, o pedido do conserto foi feito, mas, até o momento, o órgão não repassou a verba. "No momento em que estragou, nós fizemos o orçamento e mandamos para Porto Alegre, que agora está atrás da liberação da verba, mas a situação do Estado não está muito fácil", explica. Segundo ele, a câmara foi comprada há quatro anos e o conserto custa em torno de R$ 5 mil. A capacidade dela é para seis corpos.

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