Casal é feito refém por cerca de 9h

Criminosos amarraram as vítimas, reviraram a casa, assaram carne para comer, brigaram entre si e, por fim, fugiram levando pequenos objetos

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Os assaltantes chegaram a realizar um brinde de champanhe, para comemorar a açãoOs assaltantes chegaram a realizar um brinde de champanhe, para comemorar a ação
Os assaltantes chegaram a realizar um brinde de champanhe, para comemorar a ação
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Com as mãos amarradas por meias e sob a mira de uma pistola e dois revólveres, um casal presenciou o brinde de champanhe feito pelos assaltantes, para comemorar a ação, enquanto reviravam a casa das vítimas. O fato ocorreu no último domingo (22), na localidade de Nossa Senhora das Graças, interior de Passo Fundo, e durou aproximadamente nove horas.
O casal passava o domingo na chácara, quando, por volta das 16h, foi surpreendido pelos criminosos. Dos cinco que participaram da ação, apenas três entraram na residência, onde estavam as vítimas. Um deles foi embora com o carro utilizado para chegar ao local. O outro saiu levando a caminhonete Toyota/Hilux de cor prata e placas de Passo Fundo, que pertencia às vítimas.
De acordo com relato da mulher de 32 anos, que não será identificada, o trio deveria juntar o máximo de pertences que conseguisse até as 22h. No horário marcado, os comparsas retornariam para carregar os objetos e levar os parceiros. “Eles estavam encapuzados e amarraram nossas mãos. Por quase uma hora, nos deixaram presos ao banheiro. Pediam por dinheiro, joias e arma, mas não tínhamos nada disso. Falavam que se nós colaborássemos, não nos machucariam”, lembra.
Encapuzados e usando numeração ao invés de nome para se identificar –se chamavam por “01”, “02” e “03” –, o trio tirou todas as roupas e louças dos armários. “Eles assaram uma carne no forno e comeram. Também abriram e estragaram o que tinha na geladeira. Depois abriram um champanhe, pegaram as taças e brindaram”, comenta. Eles comemoravam a ação que ainda nem havia chegado ao fim.
Depois de quatro horas no local, os criminosos começaram ficar nervosos. Os comparsas não haviam retornado no horário e os telefones estavam fora de área. Um deles, já bastante alterado, saiu e disparou um tiro. Eles brigaram entre si, pois o estampido chamaria a atenção. Mais três horas se passaram e o nervosismo aumentou. Quando finalmente foram resgatados, já haviam desistido de levar eletrodomésticos, roupas e louças. “Eles acabaram levando só nossos telefones, lanterna, coisas pequenas”, relata.
A porta da casa foi trancada pelo lado de fora, para dificultar a saída do casal. A mulher conseguiu se soltar e auxiliou o marido, de 62 anos. Ambos saíram por uma janela e pediram ajuda no vizinho, que reside na frente da chácara, quando, finalmente, a Brigada Militar foi acionada. 

 

O que diz o vizinho

 

“Nós saímos a tarde e não vi o carro deles. A luz de fora estava acessa. Até comentei com minha esposa que o vizinho já devia ter voltado para cidade. Quando era uma hora da madrugada eles chegaram aqui, pedindo ajuda. Hoje (segunda) de manhã encontramos aqui no portão o molho de chaves e uma touca”, fala. 

 

Investigação

 

Um perito do Instituto Geral de Perícias (IGP) esteve no local durante a tarde, mas não encontrou os proprietários para abrirem a casa, a fim de realizar os levantamentos. O caso será investigado pela equipe da 1ª Delegacia de Polícia, assim como o outro assalto ocorrido há cerca de duas semanas, na mesma localidade, porém ao meio-dia, quando os familiares almoçavam. 

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