O bairro José Alexandre Zachia vive uma guerra motivada pelo tráfico de drogas. Um jovem de 18 anos foi preso e oito adolescentes com idade entre 14 e 16 anos foram apreendidos em flagrante pela Brigada Militar, com armas de fogo e pedras de crack. As capturas ocorreram em dois momentos: no início da manhã de ontem (19)e no início da tarde. Já no entardecer, um tiroteio preocupou moradores.
Pela manhã, policiais do 2º Esquadrão realizaram monitoramento no bairro, com informação de que dois jovens estavam armados, prontos para uma nova disputa. A dupla foi flagrada na rua 28 de Maio e tentou fugir da guarnição, para dentro de uma casa. Eles foram detidos e revistados. Com eles havia um revólver calibre 38, municiado.
A dupla informou que estava armada, para se defender de um novo ataque, já que o irmão de um deles -Bruno Iago Lopes dos Santos, o “Pelezinho” - havia sido morto há poucos dias. Ambos foram apresentados na delegacia. O irmão da vítima do homicídio foi ouvido e liberados. O outro assumiu a responsabilidade pela arma e pagou a fiança. Em seguida, também foi liberado.
Horas depois, os policiais retornaram ao bairro, com uma nova informação: outro grupo escondia armas em uma casa da rua Hugo Busato, em frente a um campo. A guarnição iniciou patrulhamento com apoio do Pelotão de Operações Especiais (POE) e, ao se aproximar da casa suspeita, viu dois jovens. Os suspeitos correram para dentro da moradia e foram capturados. Ambos são menores de idade.
No mesmo endereço estavam outros seis adolescentes e um adulto, que havia chegado há poucos instantes, mas que não tinha envolvimento com a ação dos jovens e, também, não tinha passagens pela polícia. Todos foram detidos. No endereço foi apreendida uma pistola 9mm de uso restrito, arma que pode ter sido usada para a execução de Pelezinho.
Uma espingarda calibre 22 e um simulacro de revólver – imitação – também foram apreendidos, junto com munições, dinheiro e mais de 170 pedras de crack. O grupo foi conduzido à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento. O maior, que não tinha ligação com o fato, segundo relato pessoal e confirmação dos adolescentes, foi liberado. Os jovens foram entregues aos responsáveis após registro de ocorrência. O Conselho Tutelar também foi informado sobre a situação. A Polícia Civil investiga o caso.
14.18.12
Um dos adolescentes, de 14 ans, tinha uma tatuagem no braço com a inscrição: 14.18.12, mesma numeração pichada em muros da cidade, junto com a palavra “Os Manos, alusão a uma facção. Os números se referem à lei antiga do tráfico de drogas. O adolescente tatuado é natural de Nova Hartz, uma cidade da região metropolitana. A Polícia Civil também investiga a hipótese de uma facção da região metropolitana chegar ao município.