O julgamento do empresário que matou dentro de uma delegacia do município, o homem acusado de assaltar a filha, cinco anos atrás, foi adiado para garantir a imparcialidade do Júri Popular, segundo o promotor criminal, Diego Mendes. A sessão estava prevista para ocorrer no último dia 21, porém foi cancelada após um pedido de desaforamento – petição para troca de cidade – feito pelo Ministério Público.
Em coletiva de imprensa, o promotor esclareceu que a versão da defesa do réu foi disseminada como verdade absoluta e chegou ao conhecimento dos jurados, que já estariam com sua opinião formada, sem nem sequer conhecer outra narração. “Publicamente foi espalhada uma versão, que é diferente do que temos no processo, diferente, inclusive das provas técnicas”, explica.
Mendes revelou que o ponto de vista divulgado pelo réu e advogado, na época, é diferente do que se tem ao término do inquérito. “O réu não tinha nada o que fazer na delegacia; todos os policiais afirmaram que não houve diálogo, nem sequer, troca de olhares entre o preso e o pai da mulher assaltada, ou seja, não houve ameaça; e, no dia em que foi ouvida pela polícia, ainda no hospital, a filha do réu deu uma versão, mudada no dia seguinte, quando soube da ação feita pelo pai”, revela.
Ainda segundo o promotor, o ideal é que o corpo de jurados tome conhecimento do processo no momento da sessão, ou pouco antes, para decidir, durante o julgamento, se o réu é culpado ou inocente, ao contrário do que ocorreu neste caso. “A defesa dele foi feita fora do processo, mas para as pessoas que vão atuar no julgamento”, completa.
Não há nova data para julgamento, pois, ainda não há decisão sobre o desaforamento. O pedido está aos cuidados do Tribunal de Justiça, que determinará se o julgamento vai ser mantido na Comarca de Passo Fundo, município onde ocorreu o fato, ou se vai ser encaminhada à outra cidade.