Rotina de arrombamentos

Escola no bairro Secchi já sofreu cinco ataques em menos de 30 dias de aula

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Encontrar o prédio arrombado no início da manhã, está virando rotina para funcionários e professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Cohab Secchi. O ano letivo ainda não completou 30 dias e o educandário já sofreu cinco ataques neste período. O último deles aconteceu na madrugada de segunda-feira.


Usando a mesma estratégia das ações anteriores, ladrões subiram pela cobertura de acesso ao ginásio e caminharam sobre os toldos de ferro presos à parede do prédio. Através deles, alcançaram a janela de uma das salas de aula, no segundo andar. Como não há grades de proteção, eles quebraram o vidro e abriram o trinco pelo lado interno.

 

Da sala de aula onde funciona o 4º ano no turno da manhã, e o 2º ano, durante a tarde, foram furtados um aparelho de ar-condicionado e todo material escolar das crianças, cadernos, massa de modelar, jogos pedagógicos e folhas. As portas dos armários de ferro foram arrombadas e parte dos objetos espalhados pelo chão. Cadeiras e mesas também ficaram danificadas.

 

"Já está virando rotina. Quando recebo a ligação da servente, primeira a chegar na escola, por volta das 7h, já sei que se trata de mais um arrombamento", diz a diretora, Daniela Patussi. Há oito anos no cargo, afirma nunca ter passado por uma situação semelhante. Antes desta onda recente de arrombamentos, recorda que a escola havia sofrido apenas um ou dois ataques, ambos sem grandes prejuízos. "Uma vez levaram um botijão de gás. Em outra, apenas entraram no ginásio. Agora virou alvo" observa.


Somando os quatro ataques anteriores, a lista de objetos furtados e danificados inclui outro aparelho de ar-condicionado, ventiladores, um aparelho de TV, DVD, caixas de som, material escolar e rádios. Todos os objetos são fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação ou adquiridos através de doações, campanhas promocionais e, até mesmo, comprados pelos próprios professores.


Em razão do furto do aparelho de TV, no arrombamento anterior, a direção já havia lançado uma rifa para comprar um novo equipamento. "Estávamos organizando essa campanha, o prêmio é uma cesta de páscoa. Agora sofremos outro prejuízo. Fica difícil assim", desabafa Daniela.

 

Segundo ela, os ataques ocorrem sempre no segundo ou terceiro andar do prédio, em função das grades de proteção nas janelas do térreo. Em cada ação, os ladrões escolhem uma sala de aula diferente. Nem mesmo a biblioteca escapou.


Conforme a diretora, o educandário está equipado com sistema de alarme monitorado apenas nos corredores do prédio. "Eles entram pela janela e permanecem dentro da sala para não disparar o alarme. Desta forma, não tem como perceber a ação", diz. Daniela já entrou em contato com a Secretaria de Educação, solicitando um vigia. "As crianças ficam muito triste com esta situação. Além do risco de chegar na escola e encontrar eles ainda dentro do prédio", observa.

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