Um golpe aplicado através das redes sociais e que tem como alvo principal, mulheres de 40 a 60 anos, tem preocupado familiares. Apesar de relatos feitos por parentes das vítimas à imprensa, ainda não há registros oficiais no município. A polícia acredita que não houve procura por dois motivos: principalmente porque elas sentem vergonha de terem sido enganadas ou porque acreditam, mesmo após perderem contato com o suposto interessado, de que vão se encontrar com ele e continuar o relacionamento.
De acordo com o titular da 2ª Delegacia de Polícia, delegado Claudio Belcamino, ainda não há ocorrências registradas por aqui, para que inicie uma investigação, motivo pelo qual destaca a importância em procurar uma delegacia e orienta: “Primeiro que não se fornece nem dados pessoais a uma pessoa que não é conhecida. Segundo que antecipar dinheiro é sempre um grande risco. Se pedirem algum valor e passarem os dados, encaminhem para a polícia, que vai saber agir”, completa.
O golpe é conhecido como “Don Juan” ou “Golpe do Amor”, porque o criminoso que está do outro lado da linha (já há casos em outros estados de que a golpista era uma mulher, que imitava voz masculina), encanta a vítima, de modo que ela só pensa em encontrar seu sedutor, a qualquer custo.
Como ocorre
Há pouco mais de um mês, uma mulher de 58 anos foi adicionada em sua rede social por um perfil masculino. O homem, que se diz americano, iniciou um diálogo com a passo-fundense e ganhou sua confiança. Fragilizada por ter ficado viúva há pouco tempo, ela se apaixonou pelo correspondente e fez planos para o casal, que deveria se encontrar em breve.
O homem do perfil se dizia engenheiro químico e fez com a mulher acreditasse em sua transferência dos Estados Unidos, para a Venezuela, onde ficaria mais perto para visita-la. Diariamente mandava fotos falsas de um homem e de objetos que dizia serem presentes para ela. A vítima não sabia, entretanto, que todas as promessas não passavam de um golpe.
Ela passou por todo o processo comum ao crime. Quando já estava envolvida emocionalmente e aguardava sua chegada, ele avisou que o material estava na alfândega, trancado, e que para retirá-lo era preciso pagar um valor. O número de uma conta foi encaminhada à mulher, que só não depositou R$ 500,00, porque foi impedida pela família. “Nas conversas deles, o cara dizia pra ela não contar pra ninguém sobre ele, sua vinda. Não queria que a gente descobrisse. Eu soube o que estava acontecendo porque fui olhar a página dela, do Facebook, e consegui impedir. Ela ficou braba comigo, porque acredita que está tendo uma nova chance de ser feliz”, disse o filho, que terá identidade preservada.