PC faz operação contra estelionatários em Passo Fundo

Investigação iniciou em 2015 e foram cumpridos neste sábado 127 mandados

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Foram aprendidos carros e bens dos acusadosForam aprendidos carros e bens dos acusados
Foram aprendidos carros e bens dos acusados
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A Delegacia Regional de Polícia de Passo Fundo e Defrec, realizaram na manhã deste sábado a Operação Pólis, de combate a lavagem de dinheiro e organização criminosa. Foram cumpridas 127 ordens judiciais no município, sob coordenação dos Delegados Diogo Ferreira e Adroaldo Schenkel. A investigação teve início em maio de 2015 após verificar que diversos veículos envolvidos na prática do conto do bilhete utilizados por indivíduos de Passo Fundo eram emplacados em outras cidades.

O estelionato , na modalidade de Conto do Bilhete Premiado, é prática bastante antiga, vem desde a velha Loteria esportiva. Consiste em simulação (teatral) que envolve vários autores visando rápido lucro financeiro com a ação criminosa.  A investigação da polícia civil identificou o esquema voltado especialmente para a prática de simulação de propriedades em nome de terceiros.

Participam mais de 430 policiais, entre agentes e delegados, de diversas regiões do Estado. 140 viaturas e 1 helicóptero foram usados na Operação, que contou com o auxílio do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos - GIE e da Divisão de Apoio Aéreo da Polícia Civil.

Como agiam os estelionatários  

O mais comum é aquele em que um primeiro ESTELIONATÁRIO (o “HUMILDE”) simulando extrema humildade/analfabetismo (vestido dessa forma) aborda a VÍTIMA (geralmente pessoa idosa/bem vestida/jóias/indicativos de boa situação financeira) nas imediações de bancos. Essa pessoa pergunta onde fica a CAIXA FEDERAL, depois solicita ajuda, pois refere ter um BILHETE LOTÉRICO PREMIADO. Na sequência da conversa, aproxima-se um segundo ESTELIONATÁRIO (este bem vestido e comunicativo, geralmente dizendo ser advogado ou médico, o “ESPERTO”) que também se propõe a auxiliar o “HUMILDE”. O “ESPERTO” simula então uma ligação para a Caixa Econômica Federal e eis que surge o terceiro ESTELIONATÁRIO, o “BANCÁRIO”. A partir daí o esquema passa a ter a seguinte sequência de ações:

1º - há a confirmação (por viva voz ou com o celular sendo passado para a VÍTIMA) dos números sorteados e do valor do “PRÊMIO” (geralmente bastante alto).

2º - o “BANCÁRIO” informa documentação e condições para “sacar o prêmio”.

3º - o “HUMILDE” alega que não possui os documentos, que não tem instrução e pede auxílio para a VÍTIMA e para o “ESPERTO”, prometendo gorda gratificação pelo “AUXÍLIO”, porém para entregar o “BILHETE PREMIADO” quer alguma garantia.

4º - o “ESPERTO” de pronto exibe/entrega um pacote de “DINHEIRO” (geralmente maço de papel, apenas com as bordas com notas verdadeiras).

5º - A VÍTIMA então se propõe a participar do “AUXILIO” e vai (com o “HUMILDE” e o “ESPERTO” no carro deles) em busca de dinheiro (saques em Bancos) ou mesmo arrecadando joias que possui para prestar sua parte na “GARANTIA”.

6º - após à entrega da garantia, a VÍTIMA é abandonada e o golpe concluído.

Por vezes, a VÍTIMA acaba percebendo o GOLPE (no curso da ação) e tenta desistir, então é ROUBADA, sofrendo a ação com emprego da violência, mesmo que psicológica.

Passo Fundo fazendo escola no crime 

Segundo a polícia, Passo Fundo, neste crime é destaque e o verdadeiro berço das quadrilhas especializadas que aplicam esse golpe. Ocorre que os estelionatos raramente são aplicados apenas na cidade. Os membros das quadrilhas viajam por todo o RS, SC, PR, inclusive SP e MG. Aqui se organizam, treinam o “teatro”, organizam os grupos para as incursões, adquirem/alugam carros e, posteriormente, para cá remetem os valores (contas de parentes ou laranjas). Também usam adquirem vários bens de forma a ocultar a origem, integrando patrimônio incompatível com suas rendas lícitas. São movimentados altos valores na aquisição de jóias caríssimas, bens imóveis e móveis de expressivo valores , tudo com a utilização de recursos financeiros oriundos da atividade criminosa.

 A investigação da polícia civil identificou o esquema voltado especialmente para a prática de simulação de propriedades em nome de terceiros.

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