Região de Passo Fundo tem o terceiro maior número de furtos e roubos em escolas estaduais neste ano. Os dados são do levantamento feito pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) nas 2,5 mil escolas da rede pública. Foram registrados 21 furtos ou roubos nos 32 municípios de abrangência da 7ª Coordenadoria Regional de Educação no primeiro semestre deste ano. O número de delitos da coordenadoria o fica atrás apenas da área de São Leopoldo, que registrou 73 ocorrências e Bagé (43 furtos/roubos).
No primeiro semestre do ano passado, nenhuma ocorrência foi registrada na região de Passo Fundo. No segundo semestre de 2017, foram cinco delitos. De acordo com o coordenador da 7ª CRE Elton De Marchi a maioria dos casos acontece em Passo Fundo. “No interior também acontece, mas o número é menor”, resume. Os itens que os criminosos mais levam são computadores e televisores, conforme o coordenador.
Em todo o Estado, também houve aumento neste ano. Ao total, foram 349 ocorrências em 2017, sendo 206 no primeiro semestre e 143 no segundo. Só nos primeiros seis meses do ano já foram 297, em torno de 85% do total de delitos de 2017. A Seduc informa que apesar do acréscimo no número de delitos neste ano, sempre houve ocorrência, mas que o sistema de registro na Polícia Civil era diferente. Segundo a pasta, o aumento significa que os profissionais da educação criaram uma cultura de relatar os crimes. Ainda, conforme o órgão, os arrombamentos e furtos em escolas são ocorrências que possuem caráter diverso ao dos delitos convencionais.
A sazonalidade, em decorrência do período das férias de verão, por exemplo, influi na incidência de delitos. Os episódios, diversas vezes, estão associados ao ato de vandalismo, e muitos são praticados por membros da própria comunidade escolar. A partir de agora, o Observatório da Segurança Pública da SSP dará início a uma análise aprofundada destas ocorrências, visando possuir um conhecimento maior sobras as suas causas e motivações.
Iniciativas
Entre as iniciativas do governo para combater o problema estão as Comissões de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipaves), presentes em quase toda a rede de escolas. As Cipaves irão ampliar a abordagem das palestras de conscientização dos alunos e da comunidade escolar, nos temas que se referem a valorização e o cuidado com patrimônio das escolas. Essa ação é realizada em conjunto com a Policia Civil e a Brigada Militar, que também realiza trabalho de prevenção através da Patrulha Escolar.
Outra iniciativa será a ampliação do programa PM Residente, desenvolvido numa parceria da Seduc com a Secretaria de Segurança Pública, por intermédio da Brigada Militar. Pelo programa, soldados da BM – e família - habitam moradias junto aos estabelecimentos escolares, isentos de pagamentos das despesas referentes ao imóvel, como aluguel, água e luz. Atualmente, cerca de 500 policiais militares estão nesta condição. A previsão é que na próxima renovação do convênio, em setembro, esse número seja ampliado. Para tanto, a Seduc, através das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), realiza um novo levantamento das escolas que possuem condições para abrigar o programa.
Na Brigada Militar, há ainda o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), reconhecido internacionalmente e que já atendeu a mais de 1,2 milhão de crianças e adolescentes ao longo de duas décadas.
Polícia Civil
A Polícia Civil, por sua vez, possui duas iniciativas que se relacionam diretamente com os furtos nas escolas. O primeiro é a Operação Anjos da Lei, ação que tem como objetivo combater o tráfico de entorpecentes no ambiente escolar. A iniciativa não foca somente na repressão e na investigação. Policiais ministram palestras direcionadas à comunidade escolar, conscientizando sobre os malefícios do consumo de drogas e sobre todas as consequências do tráfico de entorpecentes para a sociedade. De acordo com o Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), todas as denúncias que chegam à corporação são atendidas, fazendo com que a operação tenha atingindo o status conhecido como “demanda zero”.
O segundo é o “Papo de Responsa”. Criado em 2016, o programa fomenta o diálogo sobre prevenção à violência e o papel do policial na sociedade, tendo como público alvo crianças, adolescentes e jovens. O programa já atendeu a cerca de 32 mil pessoas em mais de 240 palestras e está inserido nas atividades das Cipaves, em toda a rede escolar.
CRE |
Ocorrências 2017/1 |
Ocorrências 2017/2 |
Ocorrências 2018/1 |
DPA (Capital) |
21 |
5 |
10 |
2ª São Leopoldo |
42 |
36 |
73 |
3ª Estrela |
2 |
3 |
6 |
4ª Caxias do Sul |
3 |
3 |
11 |
5ª Pelotas |
2 |
3 |
3 |
6ª Santa Cruz |
4 |
18 |
19 |
7ª Passo Fundo |
0 |
5 |
21 |
8ª Santa Maria |
6 |
4 |
1 |
9ª Cruz Alta |
23 |
5 |
16 |
10ª Uruguaiana |
2 |
2 |
6 |
11ª Osório |
2 |
0 |
1 |
12ª Guaíba |
1 |
2 |
19 |
13ª Bagé |
25 |
6 |
43 |
14ª Santo Angelo |
6 |
1 |
2 |
15ª Erechim |
11 |
1 |
6 |
16ª Bento Gonçalves |
5 |
18 |
6 |
17ª Santa Rosa |
1 |
1 |
5 |
18ª Rio Grande |
6 |
2 |
3 |
19ª Santana do Livramento |
1 |
0 |
3 |
20ª Palmeira das Missões |
0 |
0 |
1 |
21ª Três Passos |
10 |
5 |
14 |
23ª Vacaria |
0 |
2 |
4 |
24ª Cachoeira |
15 |
4 |
1 |
25ª Soledade |
3 |
1 |
3 |
27ª Canoas |
2 |
3 |
4 |
28ª Gravataí |
6 |
5 |
3 |
32ª São Luiz Gonzaga |
2 |
5 |
3 |
35ª São Borja |
1 |
0 |
7 |
36ª Ijuí |
3 |
1 |
0 |
39ª Carazinho |
1 |
2 |
3 |
Total |
206 |
143 |
297 |