A direção do Presídio Regional de Passo Fundo negou, na tarde de ontem (19), a informação sobre um surto de tuberculose entre os detentos, mas confirmou que existem 15 casos de contaminação na penitenciária e outros cinco contágios no Instituto Penal - albergue. Todos os presos estão em tratamento.
O número de infectados é considerado dentro da normalidade, conforme o diretor Renato Garlet, se comparado à lotação da casa prisional – que chega ao número aproximado de 440 apenados, atualmente. “Nós sempre tivemos casos de tuberculose no presídio, assim como temos outras tantas patologias. Não é uma novidade”, comenta.
Da mesma forma, um especialista consultado pelo O Nacional explicou que, embora o número seja alto e abranja 5% da população carcerária, não significa, necessariamente, se tratar de um surto. De acordo com o pneumologista, Vinícius Buaes Dal Maso, o surto é quando ocorre um aumento repentino e significativo da doença, ou seja, quando vários casos surgem ao mesmo tempo. “É diferente, também, de uma epidemia, que ocorre quando há uma multiplicação da doença em vários lugares diferentes”, elucida.
Também, a enfermeira e chefe do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Raquel da Silva Carneiro, que esteve reunida na manhã de ontem com a administração da penitenciária, esclareceu que os casos surgiram no decorrer do ano. “O tratamento completo dura em torno de seis meses. Isso significa dizer que não são 15 casos que surgiram agora. São 15 detentos tomando medicação assistida e que iniciaram o tratamento em diferentes momentos”, afirma.
A repercussão sobre a reunião ocorrida na manhã de ontem surpreendeu, inclusive, os responsáveis pelo controle da proliferação de doenças na penitenciária. “Os aspectos discutidos dizem respeito mais a questões de orientação sobre como prosseguir o tratamento e, também, sobre o diálogo com as famílias dos próprios presos”, completa a secretaria de saúde do município, Carla Gonçalves.
Isolamento
Quando ocorre o diagnóstico da tuberculose, através de uma análise clínica seguida da confirmação dos exames, que demora uma média 48h para ficarem prontos, o paciente é isolado. Na casa prisional foram separadas duas celas para os detentos que precisam ficar distante dos demais, a fim de evitar proliferação de doenças.
Em 15 dias – tempo inicial do tratamento – o preso retorna ao convívio normal, sem risco de contaminar os demais. “Esse isolamento ocorre fora do presídio também. É o procedimento padrão”, explica Raquel. Na casa prisional há apenas um detento em fase inicial de tratamento e, portanto, afastado dos demais. Os outros 14 já retornaram ao convívio normal e seguem com a medicação.