Os cinco assaltantes de banco que morreram em confronto com a Brigada Militar no último domingo, em Trindade do Sul, foram identificados nessa segunda-feira (17). Todos residiam em Caxias do Sul e já tinham antecedentes policiais. Um deles, inclusive, já era experiente no ramo de assaltos a banco e somava em sua ficha policial três ataques a agências bancárias.
O grupo morreu após trocar tiros com guarnições do 3° Batalhão de Operações Especiais, policiais de Passo Fundo, que deslocaram até a região de Ronda Alta no início da manhã do domingo. As viaturas seguiram em apoio aos militares que estavam no cerco desde a última quarta-feira (12), quando os criminosos roubaram as agências do Sicredi e do Banrisul.
Os assaltantes seriam resgatados durante o fim de semana. Ainda na noite do sábado, dois homens foram presos com um VW/Polo de cor branca, próximo a ERS 324. Eles eram de Chapecó/SC e receberiam R$ 10 mil cada, pelo trabalho. Já ao meio-dia de domingo, um automóvel Gol de cor vermelha foi apreendido nas imediações. O motorista estava sozinho e também receberia para buscar os suspeitos.
Sem informações de que o terceiro contratado para o resgate havia sido preso, o grupo saiu do mato em direção à rodovia e se deparou com a polícia. Eles estavam fortemente armados, com espingardas, fuzil e revólveres. No momento em que a quadrilha enxergou os policiais, atirou e sofreu revide.
Dos cinco, quatro morreram antes de chegar ao hospital da pequena cidade. O quinto foi reanimado e conduzido até Passo Fundo, mas não resistiu aos ferimentos. O grupo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Três Passos, em exceção do suspeito transferido para Passo Fundo. A investigação ficou a cargo do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Apreensão
Com a quadrilha foram apreendidas duas espingardas calibre 12, dois revolveres calibre 38 e um fuzil 762, além de munições e cartuchos de diferentes calibres, para abastecer todas as armas que carregavam. Foi recuperado em torno de R$ 315.000,00 em espécie, dinheiro que estava em sacolas.
A quadrilha
Diônata Fernando Rosa Oliveira, 18 anos. De de São Leopoldo, mas residia em Caxias do Sul. Jovem, tinha antecedente por tráfico de drogas e posse ilegal de arma após atingir a maioridade, além de passagens por posse ilegal de arma de fogo e receptação de veículo enquanto adolescente. Também tinha várias ameaças em sua ficha policial e foi morto na troca de tiros.
Daniel Sanches Navas, 21 anos. De Caxias do Sul, completou 21 anos no dia em que confrontou com policiais ao sair do mato para procurar resgate. Morreu na data de aniversário. Tinha como antecedente um roubo a pedestre com lesões, em 2015, em Caxias do Sul.
Edson da Silva de Oliveira, 33 anos. De Esteio, residia em Caxias do Sul. Conhecido por “Dalcin ou neguinho”, ele tinha uma ficha policial mais extensa que as anteriores, com passagens por receptação de veículo, furtos diversos, do mais simples, como um furto de documento, ao arrombamento em estabelecimento comercial. Também foi preso por tráfico de drogas e responsável por dois homicídios dolosos, um durante briga de trânsito.
Sergio da Silva Rodrigues, 35 anos. Era de Farroupilha, mas residia em Caxias do Sul. Considerado altamente perigoso e violento. Antecedentes por roubos de arma e a residência com lesões, além de outros três assaltos a banco, homicídio, posse e porte ilegal de arma de fogo, lesões de trânsito, direção perigosa e inúmeras passagens por lesão corporal contra a companheira. Praticou os delitos em diferentes cidades do estado, como Cambara do Sul, Praia Grande, Nova Roma do Sul, Colinas, Feliz, Porto Alegre e em Caxias do Sul, onde morava. Foi preso e fugiu algumas vezes, além de descumprir prisão domiciliar quando recebeu benefício. Estava em liberdade e morreu no confronto.
O último bandido identificado foi Caleu Felipe Rosa Rieth, de 21 anos. Ele é irmão do outro bandido também morto no confronto Diônata Fernando Rosa Oliveira.