Cerca de 80% dos veículos furtados em Passo Fundo vão para desmanche, estima delegado

Operação desmanche encerrou ontem na cidade com mais de 100 toneladas apreendidas e dois locais interditados

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Cerca de 30 toneladas foram recolhidas em desmanche interditado no bairro Nene Graeff Crédito: Cerca de 30 toneladas foram recolhidas em desmanche interditado no bairro Nene Graeff Crédito:
Cerca de 30 toneladas foram recolhidas em desmanche interditado no bairro Nene Graeff Crédito:
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A Operação Desmanche encerrou sexta-feira (22) em Passo Fundo com cerca de 100 toneladas de sucatas de veículos recolhidas e dois locais interditados. Foi a 80ª edição da Operação deflagrada pelo Departamento de Trânsito (Detran)com apoio da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul (SSP/RS) que busca coibir receptação, furtos e roubos de veículos com a interdição de locais não autorizados para o comércio de peças. 

 

Os locais interditados ficam nos bairros Nene Graeff e Petrópolis. Outros dois espaços foram visitados pelos agentes, mas possuíam credencial para o serviço. As sucatas foram recolhidas pela empresa Guerdal , que possui contrato com o Detran, para destruição das peças. 

 

Embora a ação em Passo Fundo tenha sido administrativa, do ponto de vista das interdições, a capitã Marta, que coordena a operação, aponta uma quebra na cadeia delituosa a partir do fechamento de um local. Isso porque sem ter um espaço para vender, a lucratividade do crime se perde, fazendo com que as incidências caiam.


Segundo o delegado Diogo Ferreira, da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), não há um estudo que aponte quanto dos veículos roubados e furtados em Passo Fundo vão para o comércio de peças. De acordo com a estimativa dele, a maioria dos roubados acaba sendo utilizado para prática de outros crimes ou levada para o exterior e 80% dos furtados tenham as peças retiradas e comercializadas.


Conforme dados da SSP/RS, só em 2018, 481 veículos foram furtados e 127 roubados em Passo Fundo. Em 2017, ano retrasado, o índice era maior, com 613 veículos furtados e 193 roubados – o que representa uma queda de 25,56% em ambos os delitos de 2017 para 2018.
Conforme Ferreira, a projeção é que a queda continue nos próximos anos. Entre os fatores que contribuem para a baixa, ele cita os trabalhos da Brigada Militar, da Polícia Civil e as prisões já efetuadas de pessoas que praticavam esse delito.


Impactos da Operação
De acordo com análises feitas pela Secretaria de Segurança Pública, em 2015, antes da Operação Desmanche, o estado do Rio Grande do Sul registrou mais de 38 mil furtos e roubos de veículos. No ano seguinte, com a implantação da força-tarefa, houve retração de 4% nesses tipos de crimes. Em 2017, a diminuição foi de 6% em relação ao ano anterior e, em 2018, de 12%. No acumulado dos três anos de Operação, a baixa nos índices em todo o estado chegou a 21%.


Na soma dos 43 municípios visitados pela ação a queda foi de 3% em 2016. Com a expansão da Operação Desmanche pela Região Metropolitana e pelo interior, a queda foi de 5% em 2017, chegando a 11% em 2018. No acumulado dos três anos, a refração foi de 18%.



Operação
A partir da promulgação da Lei Federal 12.977 (Lei dos Desmanches), em 20 de agosto de 2015, foi determinado que só podem atuar no comércio de peças usadas empresas registradas no Detran. Para isso, esses estabelecimentos devem seguir uma série de requisitos e incluir cada uma das peças à venda em sistema informatizado, vinculando-as à nota fiscal e à placa do veículo de origem.


Com a nova legislação, a Operação Desmanche foi criada para integrar a atuação dos órgãos estaduais e aprimorar o combate à receptação e ao desmanche de veículos roubados, impedindo estabelecimentos irregulares de vender peças sem origem identificada.


Desde a criação, há três anos, 43 municípios já foram visitados, 128 estabelecimentos interditados, mais de 70 prisões decretadas e seis mil toneladas de sucata foram recolhidas.

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