Três pessoas detiveram um jovem de 27 anos após ele ser flagrado dentro de uma residência na rua Jaú, do bairro São Cristovão, na madrugada de ontem (3). Ele foi imobilizado pelos populares até a chegada da Brigada Militar e acusado de tentativa de furto.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, a dona da residência estava ao portão, pouco depois da meia-noite, conversando com uma amiga. A amiga foi ao banheiro e, no caminho, encontrou o filho da dona da residência, de sete anos, que disse ter visto um vulto no quarto dele.
Ao sair do banheiro, a amiga acompanhou o guri até o quarto para mostrar que “não tinha problemas”, mas ao abrir a porta encontrou o jovem escondido.
Quando foi flagrado, o registro policial relata que ele pediu para que a mulher ficasse quieta, o que não fez.
Assustada, ela saiu correndo pedindo ajuda e o jovem a seguiu, mas andando “tranquilamente”. Ele passou pela casa e saiu pelo portão, sendo detido a três quadras da residência da vítima.
Um dos vizinhos, que não foi à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), ouviu os gritos de socorro e capturou o jovem, sendo ajudado por outras duas pessoas.
Na delegacia, o jovem disse à polícia que invadiu a casa para pegar um chinelo que o amigo com quem estava atirou, quando foi visto pela amiga da dona da residência que começou a gritar. Ele alegou que por esse motivo deixou a casa “andando”, já que não havia furtado nada. Com ele não foi encontrado nenhum objeto.
O perigo da “justiça com as próprias mãos”
Na segunda-feira (1) outro jovem deteve um rapaz que foi acusado de roubar um celular, em Passo Fundo. O descrédito com os órgãos de segurança e o impulso de querer fazer algo diante de um crime podem ser explicações para a prática, o que é condenada pelas polícias, diante do risco a que as pessoas são expostas.
“A reação e sempre perigosa, pois coloca a vida das pessoas em risco. O marginal tem pouco a perder e o cidadão de bem pode colocar a vida em risco”, avalia o comandante do 3º Regimento de Polícia Montada (RPMon), Volnei Ceolin.
De acordo com o comandante, a segurança pública é “dever do estado de direito e responsabilidade de todos”, mas a contenção de pessoas, a conhecida prática de “justiça com as próprias mãos”, pode ser perigosa e até letal.
Para todos os casos, Ceolin reforça que se deve ligar para o 190 e acionar a Brigada Militar.