Explosão seguida de incêndio faz uma vítima em Marau

Gabriela Domeneghini Lunardi tinha 21 anos e foi soterrada por parede de concreto

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Gabriela está sendo velada na capela B do Cemitério Municipal de Marau. Ela será enterrada hoje no mesmo CemitérioGabriela está sendo velada na capela B do Cemitério Municipal de Marau. Ela será enterrada hoje no mesmo Cemitério
Gabriela está sendo velada na capela B do Cemitério Municipal de Marau. Ela será enterrada hoje no mesmo Cemitério
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Por volta das 10h da manhã de ontem (2) o telefone da guarnição do Corpo de Bombeiros de Marau tocou, fazendo os agentes vestirem seus macacões para conter um incêndio em uma madeireira no número 3410 da Avenida Júlio Borella, bairro Conforto, próximo ao trevo sul do município. Na linha, um homem, que o chefe da guarnição, Sidnei Müller, não sabia se era funcionário do local ou não, avisava que uma explosão seguida de incêndio destruía o local. A sorte, disse Müller, é que era próxima do quartel. 

 

Em cerca de cinco minutos, 11 agentes já trabalhavam na área. Müller fez uma leitura rápida. Contou oito funcionários do lado de fora e soube que uma, Gabriela Domeneghini Lunardi, de 21 anos, era a única que não havia saído. Dois grupos foram destacados: um para buscas e outro para conter o fogo. Em uma hora e meia já não se viam mais as chamas e Gabriela já havia sido retirada dos escombros. Porém, morta.

 

“Ela estava num local bem visível. Já a avistamos quando chegamos e vimos que ela estava em óbito. Tinha uma parede de concreto em cima dela. Ela trabalhava no escritório e a única parte que tinha estrutura de alvenaria era o escritório. O restante, a maioria, era de madeira. Então essa estrutura caiu em cima dela. O fogo não chegou nela”, contou Müller, à tarde. Gabriela era filha dos donos da empresa. O chefe dos bombeiros viu o momento em que os pais chegaram e souberam da morte da jovem e tiveram que ser levados ao Hospital do município para serem atendidos. Até à tarde, o delegado da Polícia Civil, Norberto dos Santos Rodrigues, também não havia conseguido conversar com eles. “Não havia como”.

 

Há oito anos na guarnição, Müller não se recorda de um incêndio em outra madeireira na cidade. Já atendeu outros casos, mas esse, conta a partir do que ouviu da comunidade, aconteceu depois de uma explosão.

 

“Foram atingidos aproximadamente 150 metros quadrados de área, a partir do local onde aconteceu a explosão. Não se sabe ao certo o que ocasionou. O pessoal tinha um cilindro de gás e tinha uma estufa para tratamento de madeira. Então fizemos o rescaldo para que a perícia pudesse avaliar para definir as causas”, disse. “Na parte de dentro [da madeireira] é tudo madeira, eles fazem pallets, então queimou umas duas pilhas de pallets, só que tinha 10 pilhas. Conseguimos controlar antes de atingir o restante.” Foram necessários 15 mil litros de água para conter o fogo. 

 

A explosão
Um vídeo divulgado pela Polícia Civil de Marau mostra o momento exato da explosão na madeireira. As imagens são de uma câmera de videomonitoramento localizada na Avenida Júlio Borella, mesma da empresa. Como a madeireira fica um pouco distante e em um local com bastante arborização, é possível ver apenas chamas e entulhos atingindo uma grande altura e algumas pessoas correndo.

 

O delegado Rodrigues definiu as imagens como “cinematográficas”. “A explosão foi muito forte. Até o pessoal o bairro falou que sentiu tremer a região”, aponta, reforçando Müller: “O que houve foi uma explosão na fábrica e aí deu o colapso do prédio que desabou toda a parte frontal. Na parte posterior houve um foco de incêndio, que os bombeiros controlaram rapidamente.” O delegado ainda aponta que os trabalhadores relataram que antes da explosão, que teria dado início ao incêndio, foi sentido cheiro de gás no local.

 

O que ele conseguiu visualizar nos escombros é que haviam duas máquinas movidas a gás: uma empilhadeira e uma estufa. A empilhadeira estava embaixo de escombros, mas pouco danificada, enquanto a estufa, que fazia secagem dos pallets, tinha mais danos.

 

O laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) deve ficar pronto a partir de 30 dias. A princípio, o delegado não acredita se tratar de um incêndio criminal, mas irá averiguar se houve negligência ou se de fato foi um incêndio acidental.

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