Operação interdita dois desmanches em Passo Fundo

Locais não possuíam autorização para vender peças; cerca de 100 toneladas são recolhidas

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Em desmanche no bairro Petrópolis foram recolhidas cerca de 70 toneladas Crédito: Em desmanche no bairro Petrópolis foram recolhidas cerca de 70 toneladas Crédito:
Em desmanche no bairro Petrópolis foram recolhidas cerca de 70 toneladas Crédito:
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Passavam poucos minutos das 9h da manhã de ontem (21) quando um co­merciante, de 42 anos, foi surpreendido coma chegada da polícia em sua oficina, no bairro Nene Graeff. O local era um dos três alvos da Operação Desmanche, deflagrada pelo Departamento de Trân­sito (Detran) e Secretaria de Segurança Pública do estado do Rio Grande do Sul (SSP/RS), com apoio das demais polícias, que visa o combate ao furto e roubo in­terditando locais não autorizados para venda de peças automotivas.

 

"Eu já tinha parado com isso", disse, já pelas 16h, ainda com a presença dos agentes no local, que aguardavam o recolhimento das sucatas. "Eu era cre­denciado, mas ano retrasado perdi o CDV. E se tu for ver são peças de carros mais antigos. Mas ta tudo certo. Que­rem um café?", ofereceu à reportagem. O CDV, dito por ele, é o Centro de Desmanche de Veículos, regulamen­tado pela portaria do Detran/RS 184, de 2015, que credencia e autoriza em­presas do estado a prestar serviço de desmanche de veículos automotores, comércio de peças usadas e recicla­gem de sucatas.

 

Em Passo Fundo, quatro locais foram mapeados, sendo que dois deles, in­cluindo o de Carvalho e outro no bairro Petrópolis, não possuíam o documento. Nos fundos do pequeno escritório do comerciante, milhares de peças es­tavam aglutinadas em prateleiras, no chão e umas sobre as outras. No andar superior, onde havia uma laje acessa­da por uma escada com grandes degraus, mais peças, so­bretudo as de plástico ou vidro.

 

"O erro era não ser homologado para fazer venda de peças usadas", sintetizou o inspetor Anderson Campos, que tam­bém é coordenador adjunto da força tarefa dos desman­ches. "Aparentemente aqui era uma mecânica, mas tinha a venda de peças de carros usados. No outro local estão sendo retiradas cerca de 70 toneladas. Daqui acho que serão 40 to­neladas. Então é muito material. Não se sabe se vêm de furto ou roubo. Vende em leilão e se compra. No caso do Rafael não achamos nada roubado ou furtado", detalhou Campos. Ele estava no estabelecimento esperando os agentes do Detran e da empresa Guerdau para retirada das peças. A escolha dos materiais que serão recolhidos, ou não, é feita pelos agentes do Detran, que recolhe apenas peças de veícu­los de desmanche. "O desmanche que trata a força tarefa não é o desmanche que trata o furto e roubo de veículos. Então esse desmanche poderia ser homologado, bastava a autoriza­ção. É um caso de sanção administrativa", esclareceu Campos. Após a definição dos materiais irregulares, a Guerdau os recolhe para destruição imediata. Isso porque a empresa possui um contrato com o Detran que, uma vez destruída e pesada as peças, converte em dinheiro para o estado. Os valores são aplicados na Secretaria de Segurança Pública e distribuídos em demandas necessárias.

 

O comerciante, que aguardava para saber quais seriam as peças levadas e não, já pensava nos próximos dias. Não fazia ideia do prejuízo que teria com os materiais recolhidos. "São peças de carros antigos. É que nem dizem 'a mosca branca dos olhos azuis, para alguns pode ter muito valor", ponde­rou. Mas mirando seu caminhão de auto guincho e empi­lhadeira, disse estar tranquilo para o que posa acontecer.

 

Operação

Para a Operação Desmanche participaram de 80 a 100 pessoas incluindo agentes da Polícia Civil, Detran, Guerdau, Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Brigada Militar, Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), RGE e Força Gaúcha. A operação já aconteceu em outras cidades do estado.

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