A Polícia Civil de Passo Fundo paralisou parcialmente as atividades de tarde de ontem (13) em protesto à Reforma de Previdência, mantendo apenas os atendimentos para casos de emergência. Segundo o Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (UGEIRM),expectativa é que entre 80% e 90% do efetivo da cidade tenha aderido movimento. A paralisação foi convocada pela União dos Policiais do Brasil (UPB) e teve adeptos em todo o país.
A categoria é contra o texto da reforma apresentada que, segundo a representante da UGEIRM da 6ª região Dalva Rejane Azambuja, que compreende Passo Fundo, apresenta um retrocesso às conquistas dos últimos 25 anos. “No momento que mudar seremos os mais prejudicados porque vai aumentar a nossa idade para trabalhar e diminuir os salários. Então para que não exista a perca do que já adquirimos nesses 25 anos de luta é que estamos para que não haja mudança”, frisou.
Em nota, a UGEIRM destacou ainda que a proposta traz a possibilidade da fixação de uma alíquota extra de até 8%, que pode representar uma diminuição salarial para os policiais. Outro ponto questionado é o não estabelecimento de uma regra de transição para a implementação das novas regras de aposentadoria. “Com o estabelecimento de um gatilho para o estabelecimento da idade mínima de aposentadoria, em breve, teremos uma força policial extremamente envelhecida, com sérias dificuldades de garantir a segurança da população”, diz trecho da nota.
Pela regra atual, não há idade mínima para que os policiais civis e federais se aposentem. Os agentes penitenciários e socioeducativos não possuem regra especial. Pela nova proposta, tanto homens quanto mulheres precisarão ter, no mínimo, 55 anos. Por contribuição, 25 anos se for mulher e 30 anos se for homem, sendo 15 anos de exercício em cargo de natureza estritamente policial, para mulheres, e 20 anos, para homens.
O tempo de exercício, no entanto, será progressivo, até chegar a 20 anos para mulheres e 25 para homens.
A paralisação durou das 13h às 18h e, de acordo com Dalva, não ocasionou problemas com a comunidade.
Na terça-feira, dia 21, uma delegação de policias civis, federais e rodoviários federais deve ir a Brasília participar da mobilização nacional para pressionar os parlamentares contra a reforma.