Quase 200 toneladas de soja desviadas são recuperadas

Carga é avaliada em R$ 251 mil; pai e filho foram presos suspeitos de participarem do esquema

Por
· 1 min de leitura
Pai e filho foram presos por  posse irregular de arma de fogo e receptaçãoPai e filho foram presos por  posse irregular de arma de fogo e receptação
Pai e filho foram presos por posse irregular de arma de fogo e receptação
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Um esquema de desvio de carga foi desarticulado na manhã desta quinta-feira (22) e resultou no resgate de 192 toneladas de soja e a prisão de pai e filho, de 55 e 25 anos, em Getúlio Vargas, a cerca de 50 quilômetros de Passo Fundo. A dupla foi presa por posse irregular de arma de fogo e receptação. A arma também havia sido roubada no município de Passo Fundo.


As investigações foram conduzidas pela Delegacia de Polícia Civil de Marau com apoio da Delegacia de Polícia Civil de Getúlio Vargas e envolveram três delegados e cerca de 40 agentes policiais.


A carga recuperada foi avaliada em R$ 251 mil e ficou retida nos silos onde foi encontrada. Ela está à disposição da Justiça e deve permanecer a fiel depositário, até que sejam determinadas sanções.


Segundo o chefe de investigações da Delegacia de Polícia Civil de Marau, Ivan Bernardi, o esquema é investigado há meses e envolve caminhoneiros e aliciadores que substituíam as notas a serem entregues a cooperativas que, conforme as investigações, entravam de boa fé no negócio.


O esquema


As cargas vinham da região Norte e tinham como destino os portos do Estado. De acordo com Bernardi, elas saiam dos municípios de origem e, durante o destino, os motoristas que levavam a carga eram aliciados pelos investigados para mudarem a rota e entregarem a essas cooperativas. “O caminhoneiro segurava a nota original e entrava com a ‘modelo bloco 15’, como se eles fossem os donos do produto”, explicou Bernardi.


Com o desvio, as transportadoras as seguradoras eram lesadas pela não entrega dos produtos ao local de origem. “Cada carga que sai para determinado lugar custa, geralmente, em torno de R$ 35 a R$ 45 mil por cada carreta. As transportadoras optam por pagar um seguro nessa carga, então quando ela é desviada ou tombada as seguradoras pagam um valor x para essa transportadora”, detalhou Bernardi.


Todo o esquema de desvio era articulado via WhastApp, mas Bernardi não deu detalhes sobre como o grupo se organizava, a divisão de lucros entre os investigados, nem o tempo em que atuavam nesse crime. O chefe de investigação também não revelou quantos caminhoneiros podem ter feito parte do esquema.

 
Até o momento, pelo menos cinco transportadoras foram identificadas como lesadas pelos investigados. Pai e filho, presos na manhã de ontem, estavam entre esses articuladores.


As investigações continuam para descobrir se outras cargas, além de soja, também foram alvo da quadrilha. Documentos foram apreendidos nas cooperativas para identificar outros nomes envolvidos nos desvios.


Segundo Bernardi, as cooperativas não sabiam a procedência da carga, já que eram apresentadas outras notas fiscais.

Gostou? Compartilhe