A Secretaria Municipal de Educação (SME) deve abrir uma sindicância para averiguar denúncias de maus-tratos a alunos da Educação Municipal (Emei) Fadinha, na Vila Donária, após uma criança de seis anos ser flagrada pelo presidente da Associação de Moradores do bairro “fechada em uma sala escura”, na terça-feira (26). “A criança foi proibida de comer”, disse o presidente Marcio José da Silva de Souza. O caso já é analisado por uma comissão da (SME) e aguarda documentos da instituição para abertura da sindicância.
Segundo Souza, pais de alunos haviam se mobilizado com um abaixo-assinado solicitando a retirada de três professoras da unidade, acusadas de “maltratarem” crianças da escola, há algumas semanas. As denúncias que chegaram à Associação apontavam que crianças eram deixadas fechadas em salas ou eram impedidas de participarem de passeios.
Na manhã de terça-feira, Souza e o vice-presidente da Associação, José Francisco da Silva, foram até a escola para averiguar as denúncias, quando Souza disse que encontrou a criança na sala.
“Quando cheguei lá tinha uma sala fechada e eu abri a sala para olhar e tinha uma criança dentro da sala. Ela tava sentada na carteira, a sala com as cortinas fechadas. A porta não tava chaveada. E eu perguntei para o guri [o que estava fazendo] e ele disse que estava de castigo. As outras crianças estavam na hora do almoço. Fui para ver outras situações, mas o que vi ali foi uma situação de uma criança que foi proibida de comer. Me falaram que ele não quis comer. Mas mesmo que não quisesse deveria estar lá com os outros”, detalhou.
Agressão
Souza disse que questionaram o porquê e, segundo ele, a professora respondeu que o aluno comeria depois, que havia sido deixado lá porque “fez arte” e que aquilo fazia parte da “metodologia”.
O caso aconteceu no final da manhã, próximo do horário de saída dos alunos da escola, o que gerou uma confusão entre pais e professores. Uma professora chegou a ser agredida por uma mãe, que ficou frustrada com a situação.
“Essas denúncias começaram esse ano, quando as professores novas entraram. E a gente quer que nossas crianças tenham o direito de aprender, brincar e se tiverem que ser tomadas medidas de castigo que sejam pensadas. Tirar a comida é inaceitável!”, ponderou Souza.
Sindicância
O assessor do gabinete da SME, Carlos Bicca, também foi até o local. Segundo ele, a escola já foi alvo de denúncias há três anos, quando um processo administrativo foi adotado, mas que não há registro recentes.
Na versão da SME, a pasta recebeu a denúncia de que uma criança havia sido colocada de castigo e deixada trancada em uma sala de aula. Na sequência, uma professora teria sido agredida por uma mãe que soube do caso.
“Agora nós vamos averiguar a situação. No momento dos ânimos exaltado diziam coisas que talvez não tenham acontecido, mas vamos averiguar com isenção. Tem uma comissão que é encarregada de averiguar essas denúncias e não vamos nos pronunciar dando razão às denúncias da comunidade ou da professora, porque precisamos manter a isenção. O que temos nesse momento são denúncias. Depois de apurada as verdade dos fatos iremos nos pronunciar”, explicou Bicca.