?EURoeNão vamos admitir que sejam feitas acusações sem provas?EUR?, defende CMT sobre caso no Donária

Diretor do Sindicato dos professores municipais questiona versões apresentadas no caso da escola Fadinha e diz que professora agredida está afastada devido ao abalo

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O diretor do Sindicato dos Professores Municipais de Passo Fundo (CMP), Eduardo Albuquerque, questionou as versões que apontam supostos maus-tratos em alunos da Escola de Educação Municipal (EMEI) Fadinha, na Vila Donária. As denúncias vieram à tona na terça-feira (26), quando o presidente da Associação de Moradores do bairro, Marcio José da Silva de Souza, disse ter flagrado uma criança em uma sala escura, “proibida de comer”. “Não vamos admitir que sejam feitas acusações sem provas”, frisou Albuquerque. No mesmo dia, uma professora foi agredida por uma mãe de aluno, e caso será ajuizado. Uma sindicância também deve ser instaurada pela Secretaria Municipal de Educação (SME).

 

De acordo com o que disse Souza à reportagem do O Nacional, publicada ontem, ele havia ido à escola na manhã de terça-feira junto do vice-presidente da Associação para averiguar possíveis situações de “maus-tratos” denunciadas por pais. Na escola teria encontrado um aluno de seis anos fechado em uma sala escura, durante o lanche.  A situação, que ocorreu no final da manhã e se estendeu até próximo do horário dos pais buscarem os alunos, gerou uma confusão na saída da escola e uma professora foi agredida pela mãe de um aluno. A professora agredida não era professora do aluno encontrado na sala de aula e a mãe também não era mãe dele.

 

Processo administrativo

 

 

“O que nós temos de concreto, e que de fato aconteceu, foi uma agressão feita por uma senhora da comunidade em uma professora”, destacou Albuquerque. “Essa senhora entrou na escola, partiu pra cima da professora e a agrediu. E é isso que temos de certo, de fato, inclusive confirmado. Com relação ao que aconteceu com a criança, nós não sabemos exatamente. Temos a versão da professora. Que não foi absolutamente nada daquilo que aconteceu. E por outro lado temos a versão do líder comunitário, que disse que a criança foi colocada numa sala escura de castigo”, afirmação refutada por Alquerde. “Primeiro, aquela escola é toda envidraçada e é impossível que a sala seja escura”, ponderou. Ele também questionou a atitude da mãe em agredir a professora e frisou sobre a gravidade das acusações.

 

“Quem vai dizer se houve ou não maus tratos é um processo administrativo. A acusação de maus-tratos é grave. Ele [presidente da Associação] terá que provar, senão ele terá que responder através da Lei. Ele não pode simplesmente entrar na escola, fazer uma acusação grave como essa sem que tenha provas. Segundo, ninguém da comunidade, ninguém pode fazer o papel de justiceiro e querer resolver a questão na violência, agredindo os professores. Nós do Sindicato não vamos tolerar. Essa mãe vai responder penalmente, porque ela já foi denunciada na delegacia. Isso nós não vamos permitir com relação aos nossos professores.”

 

Professora abalada

 

A professora agredida estava na unidade desde o início deste ano. Conforme Albuquerque, após a agressão ela foi afastada por questões de “segurança”, a fim de evitar outros ataques, e por estar “abalada”.

 

“É importante que tenhamos muito cuidado ao fazer qualquer julgamento, por isso que insisto em que tudo seja averiguado porque estamos falando de profissionais que sempre prestaram um bom serviço àquela comunidade”, destacou.

 

Caso as acusações contra a escola sejam comprovadas, Albuquerque frisou que partirá do Sindicato todo apoio, já que, se verdadeiras, as medidas não fazem parte do instrumento pedagógico adotado na rede municipal e nem em outras escolas.

 

“Na rede municipal não existe metodologia que pregue punição física e psicológica. E isso não pode existir em nenhuma escola. Queremos que esse pai [presidente da Associação] traga comprovações. Isso terá que ser provado. Ninguém pode acusar ninguém sem prova. E se por acaso essas professores forem culpadas, elas irão responder de acordo com a Lei, e não com agressões. Ninguém pode ser acusado sem provas e ninguém pode tomar a posição de justiceiro e tentar resolver as coisas a sua maneira. Isso não existe em uma sociedade civilizada.”

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