Município teve queda nos principais indicadores de criminalidade

Levantamento comparou dados relativos aos meses de janeiro a novembro de 2018 e 2019

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Dados foram apresentados em coletiva de imprensa, na tarde de segunda-feira (23)Dados foram apresentados em coletiva de imprensa, na tarde de segunda-feira (23)
Dados foram apresentados em coletiva de imprensa, na tarde de segunda-feira (23)
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 O balanço é positivo na área de Segurança Pública em Passo Fundo. De acordo com dados divulgados nessa segunda-feira (23), em coletiva de imprensa realizada pela Polícia Civil e Brigada Militar no quartel do 3° RPMon, o município registrou queda em todos os principais indicadores criminais analisados entre janeiro e novembro de 2019. A comparação é relativa a dados do mesmo período do ano passado. Conforme o delegado regional da Polícia Civil, Adroaldo Schenkel, entre os municípios que integram o RS Seguro – um programa transversal, que une secretarias e órgãos públicos no combate ao crime, atuando em 18 municípios gaúchos com maiores indicadores de criminalidade e vulnerabilidade socioeconômica – somente Passo Fundo e Novo Hamburgo apresentaram redução em todos os índices nos 11 meses observados.

Para o comandante do 3º RPMon, tenente-coronel Volnei Ceolin, a redução deve ser atribuída ao trabalho em conjunto entre os órgãos. “A Segurança Pública se faz de um sistema complexo. A criminalidade diminui somente com toda a engrenagem funcionando. Então, além das forças policiais, precisamos comemorar junto ao Ministério Público, o Judiciário e a Susepe, que hoje está mantendo os criminosos encarcerados”, explica. Entre outros fatores que ajudam a coibir a criminalidade no município, o comandante cita também o aspecto preventivo da Brigada Militar, através do uso de tecnologias como o videomonitoramento e do policiamento ostensivo. “Não temos hoje, por exemplo, facções instaladas em Passo Fundo porque, quando observamos um foco desse tipo, nós saturamos o bairro. Enviamos constantemente efetivos lá dentro para impedir que haja algum bairro de Passo Fundo onde a polícia não possa entrar”.

Além da presença policial, do monitoramento inteligente e o encarceramento, que impedem a vinda dos grupos criminosos, o delegado da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Diogo Ferreira, salienta ainda o sucesso das investigações feitas pela Polícia Civil, especialmente com o auxílio de tecnologia que permite analisar, por exemplo, imagens e celulares. Segundo ele, essa ação garante provas irrefutáveis e, consequentemente, a elucidação dos crimes.

Estatísticas

Entre os indicadores criminais com maior redução entre 2018 e 2019, destacam-se os roubos a estabelecimentos comerciais, financeiros e de ensino, com uma redução de 50% (em 2018, foram 130 ocorrências, contra 75 em 2019); os roubos de veículos, que apresentaram queda de 46% (foram 117 casos em 2018 e 63 em 2019); os roubos a transporte coletivo, com diminuição de 43% (em 2018, houve registro de 161 ocorrências e, em 2019, apenas 91). As estatísticas apresentadas incluem ainda roubos a pedestres, com 517 casos em 2018 contra 397 em 2019, o que equivale a uma redução de 23% no número de registros; roubos à residência, que caíram de 42 ocorrências em 2018 para 31 em 2019 (-26%). Por último, os furtos a pedestres, que reduziram em 20%: foram 613 em 2018 e 511 em 2019.

Entre as reduções mais significativas no que se refere aos últimos três anos, os órgãos destacam os crimes contra a vida e o furto de veículo. No primeiro caso, enquanto há três anos a média de crimes contra a vida era de 50 ocorrências ao ano, em 2018 foram registrados 25 casos e, em 2019, 21 (destes, foram 18 homicídios, dois feminicídios e um latrocínio). A redução entre 2018 e 2019 foi de 15%. Já os furtos de veículos, até 2015, chegavam a uma média de 700 ocorrências ao ano em Passo Fundo. Em 2018, este número caiu para 446. Em 2019, para 365. Uma redução de 18% entre o ano passado e este ano.

Não foram apresentados dados acerca de prisões por tráfico e consumo de entorpecentes. O motivo, segundo o delegado Schenkel, é a ambiguidade desta estatística. “Nós tivemos um aumento no número tanto de uso quanto de tráfico de drogas. Mas essa é uma estatística que se, por um lado, diz que há aumento no tráfico e no uso, por outro, diz também que a polícia está fazendo seu trabalho. Porque não existe ocorrência de tráfico ou de posse de entorpecentes que não seja a polícia quem registrou – não há vítima que vá fazer esse registro. Então o aumento se dá pela atuação da polícia, que tem conseguido identificar esses indivíduos. É difícil mensurar, mas na maior parte, podemos relacionar os furtos de veículos, roubos a transporte coletivo e furto a pedestre como uma influência da drogadição. Quem rouba para conseguir R$ 80 tem que ser usuário de drogas. Ninguém corre o risco de ser preso por trocados”, observa.

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