Homicídios no Estado cresce quase 4% em abril, mesmo com isolamento social

Apesar da queda nos índices de crime contra o patrimônio, houve um aumento nos crimes contra a vida durante a Pandemia

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O Estado fechou o mês de  abril com acréscimo de 3,9% nos crimes de homicídio em comparação com o mesmo período de 2019, passando de 152 para 158 casos. O índice foi um dos apresentados na manhã desta quinta-feira, dia 14, durante uma live conduzida pelo vice-governador e secretário da Segurança Pública, delegado Ranolfo Vieira Júnior.

O acréscimo de seis mortes, mesmo em meio ao isolamento social, estaria ligado, principalmente, à soltura de presos pelo Judiciário, pontua o vice governador. Dos 158 homicídios de abril desse ano, 22 foram de indivíduos que estavam recolhidos. Já no ano passado, apenas oito dos 152 mortos haviam saído do sistema prisional. "Se descontássemos esses 22 indivíduos, teríamos 136 homicídios, ou seja, uma redução de 10,5%", analisa Ranolfo, sem, contudo, tecer qualquer tipo de crítica ao judiciário gaúcho.

Crimes patrimoniais 

Já os crimes patrimoniais apresentaram reduções significativas. Ataque a bancos reduziu 90% em abril, quando foi registrada apenas 1 ocorrência - no mesmo período do ano passado foram 10. Já no acumulado de janeiro a abril desse ano em comparação com os quatro primeiros meses de 2019, a redução foi a mais significativa de toda a série histórica - 60,5%. Outros crimes como roubo e furto de veículos reduziram 21,3% e 36,7%, respectivamente. Também roubos e furtos no geral caíram para 56,4% e 51,8%.

Os latrocínios estabilizaram: oito em abril desse ano e oito em abril de 2019. O número permanece basicamente o mesmo desde 2017, quando foram registrados 9 casos. O pior resultado em anos foi o de 2016, com 19 latrocínios. Comparando os primeiros quadrimestres de 2020 (22 casos) e 2019 (29 casos), a redução de latrocínios foi de 24,1%. "Não temos dúvida de que o isolamento social tem contribuído para a queda desses números, mas também sabemos que a presença contínua dos agentes de segurança nas ruas inibe qualquer tipo de ação delituosa", considera o secretário.

Feminicídios

O número de feminicídios teve um acréscimo de 66,7%. Enquanto no ano passado, foram seis casos em abril, este ano foram 10 no mesmo mês. "Muito embora o crescimento seja preocupante, não acreditamos que ele se deva às medidas de isolamento, já que em janeiro e fevereiro, quando ainda não se falava sobre isso, o número de casos já havia crescido", afirma. Em janeiro deste ano foram 10 casos, já nesse mesmo período do ano passado foram três. Em fevereiro, o Estado teve cinco feminicídios e no segundo mês do ano passado foi 1. "O que também chama atenção é o fato de que essas vítimas não tinham medida cautelar nem ocorrência policial contra o seu agressor", lamenta.

Para Chefe de Polícia, delegada Nadine Tagliari Farias Anflor, a redução nas taxas de crimes patrimoniais é resultado do trabalho incansável dos agentes que não só permanecem nas ruas, como fiscalizam e orientam a população a se manter em isolamento. Sobre os feminicídios, lamentou a falta de registro policial contra esses agressores. "É importante se colocar no lugar da mulher que sofre. Muitas delas não têm condições de enfrentar sozinhas seus agressores e, por isso, denunciá-los pode ajudar a salvar a vida dessas mulheres", afirma a Chefe. Denúncias podem ser feitas pelo Disque 181.

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