Facção planejou morte de jovem em Soledade

Corpo de Paula, desaparecida desde 10 de junho, foi encontrado hoje, na localidade de Rincão do Brugre, interior de Soledade

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O corpo da jovem foi encontrado na madrugada desta segunda-feira (Fotos: Clic Soledade / Divulgação)O corpo da jovem foi encontrado na madrugada desta segunda-feira (Fotos: Clic Soledade / Divulgação)
O corpo da jovem foi encontrado na madrugada desta segunda-feira (Fotos: Clic Soledade / Divulgação)
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A Polícia Civil encontrou, na madrugada de segunda-feira, o corpo de Paula Chaiane Perin Portes, de 18 anos, desaparecida desde o dia 10 de junho. O cadáver, em adiantado estado de decomposição, estava na localidade de Rincão do Bugre, interior de Soledade. Considerado de difícil acesso, o local fica distante aproximadamente cinco quilômetros do açude, nas margens da RS 332, onde a polícia encontrou recentemente, a bolsa com pertences da jovem. 

Em entrevista coletiva na manhã de hoje, a delegada regional de Soledade, Fabiane Bittencourt, disse que a jovem foi morta por uma facção criminosa que atua no tráfico de drogas e contrabando de cigarros, no município, e tem sua base na região do Vale dos Sinos. Para a policial, a execução de Paula é uma queima de arquivo. Ela teria conhecimentos sobre crimes praticados pelos integrantes da facção. A ligação dela com o grupo vem da amizade com a ex-mulher de um dos envolvidos, apontado como o mandante da execução. Ele está preso, juntamente com outros dois acusados.

O quarto suspeito, Micael Willian Rossi Ortiz, 22 anos, segue foragido. Ele seria o responsável por atrair Paula até o local do crime. Os dois haviam marcado um encontro na noite de 10 de junho. No início das investigações, um quinto homem chegou a ser suspeito de envolvimento, mas no decorrer dos trabalhos, acabou virando testemunha. 

Localização

A polícia passou o domingo realizando diligências baseadas em informações não divulgadas. A  delegada não revelou como a polícia chegou até o corpo, mas disse que nenhum dos envolvidos colaborou para a localização. Segundo ela, outras pessoas podem ter participado da ocultação do cadáver. 

 “O corpo estava em um local de difícil acesso, com um caráter nítido de ocultação, inclusive com pedras sobre ele, para que efetivamente não fosse encontrado”, esclareceu ela. Os responsáveis pela mudança de local do cadáver não são as mesmas pessoas investigadas pelo homicídio, entretanto, a polícia ainda busca elementos para comprovar os autores deste fato.

Próximos passos 

A localização do corpo não encerra a investigação. A polícia busca indiciar todas as pessoas que participaram da ocultação do cadáver. “Até o momento temos provas para quatro envolvidos. Nós temos provas dos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, e estamos trabalhando com a possibilidade de indiciamento por organização criminosa, mas isso será apurado no fechamento da investigação”, esclareceu a delegada. 

Com a localização do corpo, será possível a realização de uma série de perícias, que podem dar mais elementos para prosseguir a investigação. “Solicitamos os exames toxicológicos para saber se Paula fez o uso de drogas ou entorpecentes na noite do crime”, explicou Fabiane. 

 Para ela, a grande dificuldade na investigação é que nenhum dos suspeitos presos ajudou com informações para elucidação do caso. Todo o trabalho precisou ser realizado por outros meios investigativos. Porém, segundo a delegada, os indícios apontaram para um crime colateral ao tráfico de drogas. “Este crime foi cometido por uma facção criminosa, para que ela pudesse seguir trabalhando de forma livre em Soledade e região, sem que fosse descoberta e responsabilizada pelos seus atos. Por isso, o trabalho em cima do tráfico de drogas é importante, pois outros crimes graves acabam acontecendo em consequência disso”, finalizou.

Paula foi sepultada nesta segunda-feira em Fonteoura Xavier. 

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