Com praticamente todas as atividades econômicas retomadas após o período de operações restritas como consequência da pandemia da Covid-19, o Rio Grande do Sul alcançou em outubro um recorde que comprova a manutenção ininterrupta do trabalho das forças de segurança como fator principal para a sequência de reduções nos indicadores criminais. Os ataques a banco tiveram queda de 86,7%, de 15 casos no 10º mês do ano passado para apenas dois em todo o Estado no mesmo intervalo deste ano – um roubo em Porto Alegre, no dia 23, e um furto em São Leopoldo, no dia 24. O número é também o menor para outubro desde que teve início a contabilização individual dos crimes contra estabelecimentos bancários, em 2012.
É a segunda vez no ano que a redução nos ataques a banco supera 80%. Queda maior só ocorreu em abril, quando o Estado vivia sob duras restrições provocadas pela expansão inicial da pandemia do novo coronavírus. Naquele momento, praticamente toda a rede bancária foi paralisada, e a retração nos crimes contra estabelecimentos do ramo, na comparação com o mesmo mês de 2019, chegou a 90%, passando de 10 casos para somente um.
A ocorrência de reduções tão amplas em cenários tão distintos – de fechamento quase total e de reabertura próxima da normalidade – ressalta o fator comum em ambos: a presença permanente das forças de segurança em ações de inteligência e policiamento. A Operação Angico da Brigada Militar é umas das estratégias que têm permitido antecipar o movimento de quadrilhas especializadas em ataques a banco, frustrando planos dos criminosos com táticas de pronta-resposta e cerco policial.
A metodologia da Angico está focada em três pilares: fiscalização ativa para evitar desvios, furtos e roubos de explosivos; mobilizações focadas em prisões de assaltantes e utilização de efetivo especializado com suporte da inteligência. Em 29 de outubro, por exemplo, durante ação integrada com a 3° Região Militar do Exército Brasileiro, a BM apreendeu 185 cartuchos de emulsão explosiva, num total de aproximadamente 50 quilos do material, que estava escondido embaixo de uma pilha de tijolos em uma empresa no bairro Santa Catarina, em Caxias do Sul.
Na última mobilização de pronta-resposta, ainda no mês de setembro, o planejamento da Operação Angico permitiu a montagem rápida de cerco policial em Itati, no Litoral Norte. Na ocasião, três criminosos que assaltaram uma agência do Sicredi e se embrenharam em uma área de mato acabaram mortos ao entrar em confronto com policiais militares.
A redução recorde nos ataques a banco em outubro contribui para ampliar a queda do indicador no acumulado. Nos 10 meses a partir de janeiro, o Estado registrou 42 ocorrências de furto ou roubo a instituições financeiras, 58% menos do que os cem casos contabilizados no mesmo período de 2019. O dado atual é também o menor da série histórica.