A Polícia Civil se soma às celebrações do Dia Nacional da Consciência Negra, nesta sexta-feira (20/11), para iniciar o lançamento de uma série de cartilhas sobre crimes de intolerância. A primeira cartilha, sobre racismo, já está disponível para download aqui e também no site da instituição, no banner “Crimes de intolerância”.
Com uma linguagem direta e sucinta, o material explica, por exemplo, a diferença de termos como racismo, discriminação e preconceito – todos configurados como crime. No primeiro caso, o racismo, tem-se a ideia de uma teoria ou crença que estabeleça uma hierarquia entre as raças. Discriminação é o ato de segregar ou de não aceitar uma pessoa ou grupo de pessoas em razão da cor da pele. Por fim, preconceito refere-se a conceitos ou opiniões formadas com base na ignorância ou em estereótipos.
“Por meio da cartilha queremos incentivar o diálogo entre as pessoas e sugerir estratégias de combate ao racismo, bem como trazer à tona os impactos que esse tipo de crime gera na sociedade”, explica a chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, idealizadora da cartilha.
A publicação é uma das primeiras ações da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI). O órgão, vinculado ao Departamento Estadual de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV), ainda não foi inaugurado, mas deve abrir as portas ainda este ano, na zona norte da Capital.
O documento também sugere uma série de livros e filmes que retratam a luta pelo direito dos negros. “Temos que fomentar o consumo dessa cultura e valorizar o tema. Também os atores negros devem ser celebrados pelo seu trabalho”, pondera a futura titular da DPCI, delegada Andrea Mattos. Outro ponto importante, frisa a delegada, é acessibilidade do texto: “A linguagem simples e direta tem o poder de promover a reflexão”.
O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os Estados de Alagoas e Pernambuco, no nordeste do Brasil. Zumbi foi morto em 1695 por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho. Atualmente, existe uma série de estudos que procuram reconstituir a biografia desse importante personagem da resistência à escravidão no Brasil.