Sete meses e nove dias depois do crime que vitimou três pessoas da mesma família, na Cohab I em Passo Fundo, foi preso um segundo suspeito de ter participado do triplo homicídio. Na manhã de ontem (28), uma operação da Polícia Civil, prendeu o ex-policial militar suspeito de operacionalizar os assassinatos.
O crime, que aconteceu dia 19 de maio, causou a morte de Ketlin Padia dos Santos, 15 anos, a tia dela, Diênifer Padia, 26 anos, e o pai da adolescente, Alessandro dos Santos, de 34 anos. Os três foram mortos por asfixia mecânica, com uso de lacre plástico, na casa onde viviam.
O suspeito, preso nesta segunda-feira, foi encontrado em um apartamento, no décimo andar de um prédio no bairro São Cristóvão. A ação contou com policiais da DRACO, com apoio da DHPP e DPRI. Segundo o delegado Diogo Ferreira, responsável pela Draco, havia a informação de que o suspeito tinha retornado para Passo Fundo há algumas semanas. Um monitoramento feito pela equipe de investigação confirmou o endereço.
Na manhã de ontem, ao perceber a chegada dos policiais, o acusado efetuou um disparo de dentro do apartamento, na direção do portão de entrada do prédio. As equipes iniciaram a negociação de rendição do foragido. Uma mulher e uma criança que estavam com ele no apartamento foram liberados em seguida, mas ele permaneceu no imóvel.
A polícia tinha planos para invadir o apartamento, porém ele acabou se entregando cerca de duas horas depois. Antes, exigiu a presença de um advogado e também do Corpo de Bombeiros.
No apartamento, os policiais encontraram uma carabina calibre 38, um rifle calibre 22, lunetas, munições, armas brancas e um artefato explosivo artesanal.
Após se entregar, o acusado foi levado para a Draco e , posteriormente, para a DPPA, onde prestou depoimento. Logo em seguida, acabou conduzido para o Presídio Regional de Passo Fundo.
Este é o segundo acusado de envolvimento no crime preso. O primeiro, apontado como um dos mandantes, havia sido detido no dia 28 de junho, na propriedade rural da família, localizada na cidade de Casca.
O crime
Segundo o inquérito da Polícia Civil, encaminhado no dia 23 de julho ao Poder Judiciário, um caso extraconjugal teria sido o motivador do crime. Diênifer Padia teria um relacionamento com seu patrão, um produtor rural da cidade de Casca. Deste relacionamento nasceu uma filha, que hoje está com dois anos de idade. O ex-patrão de Diênifer exigiu exame de DNA para assumir a parternidade. Assim que o resultado deu positivo, iniciaram as tratativas para sua execução. O ex-patrão, a esposa dele e o cunhado teriam contratado o ex-policial, preso na manhã de ontem, para praticar o crime.
A investigação apontou que ele utilizou uma rede social para fazer um contato com Diênifer. A companheira do suspeito foi até o local onde Diênifer morava, para negociar um aparelho celular e fazer um levantamento do local. A companheira dele também foi indiciada no inquérito, mas não é considerada foragida.
No dia 19 de maio duas pessoas, que a polícia ainda não confirmou a identidade, teriam ido até a casa de Diênifer para matá-la. As investigações apontam que o ex-policial teria contratado os dois executores. Como a sobrinha e o cunhado da vítima estavam na mesma casa com ela quando a dupla chegou, também foram mortos.
Com a prisão de ontem, ainda seguem foragidas duas pessoas: a esposa e o cunhado do produtor rural preso em junho. A identidade dos executores ainda segue sendo um mistério para a polícia.
Além das três vítimas, no imóvel moravam outras cinco pessoas. Os três filhos pequenos de Diênifer, que hoje estão morando com outros familiares, além da irmã e da mãe, que foram acolhidos na casa de amigos. A casa onde o crime aconteceu segue inabitada e foi parcialmente destruída.