O Governo gaúcho apresentou os índices de criminalidade de 2020. Os dados foram comemorados pelo governador Eduardo Leite e o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, que falaram sobre o tema em uma videoconferência. Durante a atividades, eles também realizaram um balanço da segurança pública nos dois primeiros anos de governo. O governador do Estado destacou que a redução muito forte de indicadores de criminalidade e isso reflete diretamente na qualidade de vida e no desenvolvimento do nosso Estado. “Um Estado com segurança é onde se deseja viver e investir, o que gera um efeito cascata positivo pela confiança. Por isso, o nosso reconhecimento a todo os agentes da nossa Segurança Pública e ao trabalho integrado e coordenado pelo RS Seguro”, afirmou.
Um dos índices mais destacados durante a videoconferência foi a queda no numero de homicídios. Em 2020, o acumulado de vítimas deste crime foi de 1.694. Com o resultado, considerando a mais recente estimativa de população do RS segundo o IBGE, a taxa caiu para 14,8 mortes a cada 100 mil habitantes – abaixo de 15 pela primeira vez em 11 anos. "A maneira de aferir segurança pública em todo o mundo é através da taxa de homicídio. Ao conquistarmos essa redução inédita, depois de alguns anos muito difíceis, é um indicativo de que o nosso programa RS Seguro está dando certo", celebrou o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior.
Os dados divulgados mostram ainda que, em 2020, 117 municípios tiveram alguma redução no total de vítimas de homicídios na comparação com o ano anterior. Outros 248 registraram estabilidade e 132 fecharam com alguma alta, mas em 67 desses houve apenas um caso a mais. Quase 60% (269) das 497 cidades do Rio Grande do Sul não tiveram nenhum assassinato entre janeiro e dezembro.
Um dos fatores apontados para a redução dos homicídios foi a realização de duas edições da Operação Império da Lei, com transferência de líderes de facções para penitenciárias federais fora do RS. Além do efeito imediato de desestabilização no comando das quadrilhas, a ação tem o efeito pedagógico ao assegurar que as forças de segurança mantêm monitoramento constante e seguirão atuando para neutralizar o poder de influência dessas lideranças. Em março, foram removidos para cadeias federais 18 criminosos de alta periculosidade. Em novembro, na Império da Lei II, outros nove foram transferidos.
Número de latrocínios no RS é o menor da série histórica
O número de roubos com morte foi, em 2020, o menor desde que esse tipo de crime passou a ser contabilizado pela SSP, há quase 20 anos.
Nos últimos 12 meses, o Estado registrou 62 latrocínios, 7,5% menos que os 67 do ano anterior.
A explicação para a redução recorde passa, conforme as autoridades das forças de segurança, por dois fatores principais: o alto índice de elucidação desse tipo de crime, acima de 90%; e a redução generalizada nos crimes patrimoniais.
Feminicídios fecham segundo ano consecutivo em queda
Em 2018, o Rio Grande do Sul enfrentou o momento mais crítico de violência contra as mulheres. Naquele ano, a estatística de feminicídios atingiu o pico, com 116 gaúchas assassinadas por motivo de gênero. Dois anos depois, o Estado reduziu o número de vítimas para 76. Nos últimos anos houve a priorização de políticas públicas voltadas ao enfrentamento dos crimes de violência contra a mulher e a promoção de uma mudança de cultura, que valorize a proteção da mulher na sociedade em todas as suas formas.
A ação de maior amplitude se concretizou no dia em que a Lei Maria da Penha completou 14 anos, com o lançamento do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, criado por decreto assinado pelo governador Eduardo Leite em 7 de agosto de 2020. O colegiado reúne os esforços dos três Poderes, nove secretarias de Estado e mais 15 instituições do poder público e da sociedade civil no planejamento e execução de políticas voltadas ao respeito e à igualdade para as gaúchas.
Queda recorde nos roubos de veículos
Entre os crimes patrimoniais, as reduções registradas em 2020 atingiram marcas históricas. O destaque é a queda nos roubos de veículos, que encerraram o ano com o menor acumulado desde o início da contabilização pela SSP, em 2002. Foram 7.877 ocorrências, menos da metade (-51,1%) do que em 2018, o número quando o numero foi de 16.122. Entre 2019 e 2020, a queda foi de 29,2%.
As restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus certamente tiveram impacto importante no resultado. Mas os dados de meses em que as atividades econômicas e a movimentação de pessoas já haviam sido retomadas comprovam a manutenção ininterrupta do trabalho das forças de segurança como fator principal para a sequência de reduções nos indicadores criminais.
Ataques a banco têm redução inédita
Também houve redução recorde nos ataques a banco no RS, somados furtos e roubos. Em 2020, pela primeira vez em toda a série de contabilização, o Estado fechou um ano com menos de 50 ocorrências. Foram 49, numa retração de mais da metade (-55,5%) na comparação com as 110 do ano anterior.
E uma medida anunciada no final de dezembro vai qualificar ainda mais essas ofensivas. A partir do planejamento de lotação de 860 novos policiais militares que se formaram no mês passado, a Brigada Militar anunciou a criação do 6º Batalhão de Polícia de Choque (6º BP Choque), que ficará sob coordenação do novo Comando de Policiamento de Choque (CP Choque) junto com os outros cinco batalhões existentes.
A nova unidade, que terá sede em Uruguaiana, vai qualificar a estratégia de pronta-resposta, com cobertura do policiamento de choque em toda a faixa da fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e a Argentina. A posição do 6º Batalhão de Choque também fortalece a capilaridade da atuação das tropas de pronto-emprego. As operações das seis tropas especializadas poderão cobrir todas as áreas do Estado com maior agilidade e mais eficácia – a estimativa é conseguir realizar deslocamentos para qualquer ponto no RS em até uma hora e meia, aproximadamente.