Justiça acata pedido de prisão preventiva de padre acusado de assalto

Polícia Civil deve investigar os motivos que levaram o padre a cometer uma sequência de assaltos em Passo Fundo na última terça-feira

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O Judiciário acatou o pedido de prisão preventiva do padre Elizeu Lisbôa Moreira, acusado de ter cometido assaltos na última terça-feira (2). Com a decisão judicial, a prisão vai prosseguir por tempo indeterminado, e ele permanecerá à disposição da Justiça, enquanto a Polícia Civil investiga o caso. O padre, que não tem antecedentes, foi encaminhado ao Presídio Regional de Passo Fundo. 

Segundo o registro policial, às 19h20 de terça-feira a Brigada Militar recebeu a denúncia que dois supermercados, um no bairro Lucas Araújo, e outro no bairro Petrópolis, além de uma farmácia no bairro São Cristóvão haviam sido assaltados. Nas três ocorrências o assaltante tinha as mesmas características físicas, roupas e estava utilizando o mesmo carro. Após buscas em diferentes pontos da cidade, o veículo foi abordado na rua Dez de Abril e o condutor foi identificado como sendo o padre Elizeu Lisbôa Moreira.

Em busca pessoal, foi localizado na cintura do suspeito um simulacro de pistola, e uma mochila contendo um boné vermelho utilizado nos roubos, R$ 655 em notas variadas e produtos alimentícios e higiene roubados dos locais. Diante dos fatos foi dada voz de prisão e conduzido à Delegacia de Polícia Civil para providências cabíveis, e o veículo apresentado à DPPA.

O veículo utilizado na ocorrência pertence a uma ordem religiosa ao qual o ele é vinculado.

 

Defesa diz que o padre fazia tratamento psiquiátrico

 

A advogada Maura Leitzke, que representa o padre Elizeu Lisbôa Moreira, esclareceu que ele estava passando por um tratamento psiquiátrico. Ela disse que há algumas semanas o padre havia abandonado a medicação por conta própria, e que isso pode ter motivado suas ações, que não foram premeditadas. Ela disse que é importante esclarecer os fatos para evitar um linchamento público. “É um fato que causa uma grande curiosidade por se tratar de um padre. Porém, este caso é um pouco diferente dos demais, pois se trata de um padre que estava enfrentando um tratamento psiquiátrico, tomando uma série de medicamentos e que por escolha própria, nas últimas semanas, deixou de fazer o uso da medicação, o que acabou resultando em um surto de eventos que não estavam em seu controle emocional”, disse ela. Maura comentou que se trata de uma pessoa doente, e pediu que não se façam pré-julgamentos ou linchamentos públicos. Ela disse que a sociedade deve aguardar as investigações, pois toda pessoa acusada por um crime tem direito à defesa.

 

Afastado

O Arcebispo de Passo Fundo, Dom Rodolfo Luís Weber, disse que, após o fato, o padre está suspenso de forma preventiva das suas atividades eclesiásticas, e que a arquidiocese está dando todo o suporte necessário para ele. Também destacou que a igreja está colaborando de todas as formas para que o caso seja esclarecido, e enfatizou que, tanto no procedimento interno da instituição, quanto na esfera civil, o padre precisa ter garantido o seu direito a defesa. “É um fato que choca e chama a atenção”, disse ele.

Para Dom Rodolfo, este é um momento muito desafiador, entretanto, é necessário garantir que tudo seja esclarecido na esfera civil, quando internamente na igreja. “A arquidiocese deve colaborar para que os fatos sejam esclarecidos, mas também vamos dar todo o atendimento necessário que o padre necessita neste momento”, disse ele.

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