A análise dos dados da acidentalidade no ano da pandemia mostrou uma redução de 9,6% das mortes no trânsito em relação a 2019. A maior redução ocorreu no mês de abril, que teve 90 mortes em todo o Estado, menor número mensal da série histórica iniciada em janeiro de 2007, quando o DetranRS adotou a metodologia atual que acompanha os feridos e computa também a as mortes decorrentes de acidentes até 30 dias após a ocorrência.
Naquele mês, a redução foi de 34% comparado com abril de 2019. Depois disso, o percentual de redução oscilou, chegando a aumentar 14% em julho e 10% em outubro, sempre em relação ao mesmo mês do ano passado. Mesmo com a redução significativa, foram 1.462 mortes em 1.336 acidentes de trânsito nas ruas e rodovias do Estado.
O ano de 2020 registrou redução de mortes de pedestres (-24%), ciclistas (-21%), passageiros (-17%), condutores (-9%) e caronas de moto (-4%) em relação a 2019. Aumentou, no entanto, entre motociclistas e condutores de caminhão. O número de motociclistas mortos passou de 384 em 2019 para 408 em 2020, um aumento de 6%. Já entre os motoristas de caminhão, foram 62 em 2020, contra 58 no ano anterior, representando crescimento de 7%.
“Motoboys e caminhoneiros foram as categorias que não pararam em nenhum momento durante a pandemia. Sua importância só aumentou no período de isolamento, quando a população começou a demandar mais tele entrega e fazer compras pela Internet. Precisamos pensar em políticas para proteger esses condutores, que são tão fundamentais para a sociedade. Um estudo de 2019 detectou que um quarto dos motociclistas envolvidos em acidentes com morte não tinha habilitação. É preciso trazer essas pessoas, esses profissionais, para a regularidade”, analisou o diretor geral do DetranRS, Enio Bacci.