PC desarticula organização criminosa que era comandada de dentro do Presídio de Passo Fundo

Pelos menos 11 pessoas fazem parte da quadrilha que atuava no tráfico de drogas e estelionato, e que era comandada por um preso do regime fechado do PRPF

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Divulgação/PCDivulgação/PC
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Na manhã desta sexta-feira (19), a Polícia Civil de Passo Fundo, deflagrou a Operação Caged, que visa combate uma organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas, estelionato e lavagem de dinheiro, e com atuação dentro do presídio. A operação foi deflagrada pela DRACO, e teve apoio da DPPA e da SUSEPE.

Segundo o delegado Diogo Ferreira, a investigação começou em fevereiro de 2020, sendo que o líder da organização criminosa é detento do regime fechado e está recolhido no Presídio Regional de Passo Fundo desde setembro de 2019. Desde então, ele utiliza um aparelho telefone para comandar o crime de dentro do presídio.

Dentro da prisão, continuou cometendo crimes, principalmente tráfico de drogas, além de possuir uma cantina, onde vende refrigerantes, chocolates, bebidas alcoólicas, entre outros. Fora da casa prisional, o detento também tem uma “vida financeira” movimentada, possui uma casa na barragem em Ernestina/RS, que aluga ou empresta para amigos e conhecidos. A contabilidade do investigado era muito bem organizada, constando desde o aluguel da casa em Ernestina, até os devedores de droga e apostas de jogo do bicho, além de monitorar todas as transações bancárias.

O delegado explicou que a ex-companheira do líder da organização criminosa é seu braço direito nas ações fora do presídio. Além de atuar no tráfico fora da casa prisional, é responsável por buscar, armazenar, preparar e até arremessar drogas, álcool e outros objetos ilícitos para dentro do presídio aos cuidados, e sob comando, do investigado. Além do tráfico, a investigada é conhecida por praticar estelionatos (conto do bilhete premiado) que aplicou nos estados de Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

A investigada tinha função de entregar droga (cocaína e ecstasy) a outros traficantes. Além disso, o investigado cobrava resultados sobre os estelionatos, tanto com dinheiro arrecadado das vítimas como jóias.

As ações criminosas do grupo são tão bem organizadas, que eles “trabalham” com carros alugados. O investigado dava orientações sobre o aluguel e o seguro do carro que o grupo utilizava. Além disso, para o tráfico dentro do presídio, o investigado conta com a ajuda de ex-companheira para buscar e embalar as drogas, e com a ajuda de arremessadores, que jogam os ilícitos por cima do muro do PRPF. Porém, em uma dessas empreitadas, o arremessador não teve tanta sorte e acabou sendo preso.

Em certa oportunidade ele determinou que uma visitante de detento entrasse no presídio com a droga (provavelmente cocaína) introduzida nas partes íntimas. Somente no período de um ano, foram identificados 17 arremessos realizados a mando do investigado.

Deste modo, fica evidente que os indivíduos estão associados para a prática do crime de lavagem de dinheiro, sendo que os valores ilícitos circulam por diversas contas a fim de dissimular as movimentações financeiras e afastar qualquer suspeita em relação aos investigados.

No total, 11 pessoas são investigadas pelos crimes de Organização Criminosa, Lavagem de Dinheiro, Tráfico de Drogas e Estelionato. Foram identificadas contas bancárias de laranjas utilizadas pelo investigado líder para lavar o dinheiro dos crimes.

Nesta manhã foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas dos investigados e laranjas, indisponibilidade de 4 imóveis dos investigados (residências de médio/alto padrão e uma chácara).

Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e duas prisões em flagrante por tráfico de drogas. Ainda foram apreendidos 150 ecstasy, um quilo de cocaína, com valor aproximado de 50 mil reais, R$ 1.216,00, U$ 8,00, duas balanças de precisão, calculadora (todos guardados dentro de uma mochila para facilitar a ocultação e eventual saída para entrega da droga), jóias, um veículo Audi, atestados e receitas médicas de uso controlado em branco, mas com carimbo do médico. Ainda foram apreendidos diversos objetos/equipamentos de esportes radicais avaliados em mais de 100 mil reais.


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