O Instituto Geral de Perícia deve finalizar em 30 dias o laudo pericial com as causas do incêndio que provocou a morte de quatro índios na madrugada de quarta-feira (21), na reserva de Serrinha, em Ronda Alta.
O incêndio atingiu o galpão que funcionava como cadeia na terra indígena. As quatro pessoas que estavam detidas no local perderam a vida. As vítimas fatais foram identificadas como sendo: Edilson Kesig Paulo, de 21 anos; Esmael Batista e Josué Gabriel Silveira, ambos com 23 anos; e Suzana Mariano, de 24 anos.
Segundo o delegado da DP de Sarandi, Leandro Antunes, responsável pela investigação, o objetivo é esclarecer se o incêndio iniciou dentro ou fora da prisão. “As testemunhas nos relataram que foi um incêndio muito rápido, em aproximadamente três minutos já havia queimado tudo”, disse. Antunes destacou que na cadeia não havia iluminação, e por isso, está sendo investigado se os presos acenderam uma chama para iluminar o local e o fogo se alastrou nos colchões.
As quatro vítimas haviam sido presas durante a noite de terça-feira (20), porque estavam participando de uma festa, e na reserva, as lideranças haviam proibido aglomerações. Assim que souberam da festa, as lideranças da aldeia foram até o local para encerrar o evento. Das seis pessoas que estavam na casa, quatro foram prestas e acabaram morrendo.
O delegado vai ouvir o cacique da aldeia e as lideranças locais, na próxima segunda-feira, para tentar esclarecer as circunstâncias do incêndio. A polícia quer saber se foi acidental (culposo) ou doloso (intencional).
A investigação deve ser desenvolvida pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, e até o momento não houve a necessidade de acionar a Polícia Federal, por não haver indícios de crime contra a cultura indígena, ou de disputa pela liderança do local.