A Juíza de Direito Marilene Parizotto Campagna, da Comarca de Planalto, definiu para o dia 8 de novembro a partir das 9 horas, o júri de Alexandra Salete Dougokenski, acusada de matar o filho, Rafael Mateus Winques, crime ocorrido em maio do ano passado.
A sessão plenária do Tribunal do Júri acontecerá na cidade, mas o local específico e as condições ainda serão definidos. Na mesma decisão, a magistrada negou pedido formulado pela defesa de revogação da prisão preventiva da ré, recolhida na Penitenciária Municipal de Guaíba desde julho passado.
Além do homicídio qualificado (motivo torpe, motivo fútil, meio cruel, dissimulação e recurso que dificultou a defesa), Alexandra responderá pelos crimes conexos de ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual. São agravantes ainda os fatos do crime ter sido cometido contra menor de 14 anos (Rafael tinha então 11 anos) e contra descendente.
Segundo a denúncia do MPRS nos dias que antecederam o assassinato, a ré passou a se sentir paulatinamente incomodada com as negativas do filho em acatar suas ordens, como diminuir o uso do celular e dos jogos online. De acordo com a apuração, temia, ainda, que esse comportamento do caçula estaria refletindo na subserviência apresentada pelo filho mais velho, de onde vinha a pensão que garantia seu sustento.
Para levar o plano adiante, retirou da casa de sua mãe comprimidos do medicamento diazepam e os deixou guardados até o momento oportuno para utilizá-los. Decidiu matar o filho na véspera, após repreendê-lo, aos gritos, para que parasse de jogar, e depois de fazer pesquisas na internet sobre o uso de substâncias tóxicas para diminuir a resistência das vítimas, como “Boa Noite Cinderela” e colírios.
Na noite do crime, Alexandra fez com que Rafael tomasse dois comprimidos de diazepam. A ingestão foi comprovada por laudos periciais. A denunciada esperou em seu quarto até que o medicamento fizesse efeito. Por volta das 2 horas, verificando que a resistência da criança estava reduzida em razão do medicamento, e munida de uma corda, estrangulou o filho até que sufocasse. Depois ela ocultou o corpo do menino em uma casa vizinha. Após cometer o crime, ela registrou o desaparecimento da criança.