A execução das obras de pavimentação dos 68,4 quilômetros da BR-153, conhecida como Transbrasiliana, no trecho que liga Passo Fundo a Erechim, está estimada em R$ 300 milhões , segundo afirmou o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), general Antônio Santos Filho, em reunião virtual com lideranças políticas e empresariais regionais na quarta-feira (30).
Mesmo que, segundo ele, o Governo Federal tenha conhecimento da importância da rodovia para o desenvolvimento socioeconômico e para o escoamento da produção agrícola, uma questão “orçamentária crítica” impede que os recursos sejam liberados integralmente pelos cofres da União. Com isso, ponderou o presidente da Acisa, Cássio Gonçalves, será preciso concentrar esforços para conseguir a liberação de emendas parlamentares junto à bancada gaúcha na Câmara dos Deputados. “Precisamos trabalhar em buscar uma celeridade, pressionar o governo para que a conclusão do projeto seja realizada em 2022”, mencionou.
Quarta maior rodovia do país, a Transbrasiliana se estende de Marabá, no Pará, até Aceguá, no Rio Grande do Sul, com mais de 4.200km. Os 68,4 km entre Passo Fundo e Erechim constituem o único trecho ainda não pavimentado da via e é uma reivindicação histórica da comunidade regional. “No entorno, temos 500 hectares de agrícolas com uma produção de 60 a 65 sacas por hectare. Estamos falando de R$ 4,5 bilhões de produção direta de grãos, sem considerar os insumos”, destacou Gonçalves. Com a rodovia deficitária em termos de infraestrutura, o custo para produtores e empresários acaba sendo elevado.
Uma das alternativas consideradas, explicou o presidente da Acisa, é conseguir a liberação das emendas em parcelas durante três anos com a complementação do Governo Federal. Um pouco mais complexo, o outro estudo para assegurar as obras de pavimentação envolve a possibilidade de concessão da rodovia com pedageamento em um movimento de negociação que envolve as cidades da região.
Uma demanda histórica
Há 50 anos, as comunidades dos municípios de Paulo Bento, Jacutinga, Quatro Irmãos, Ipiranga do Sul, Estação, Getúlio Vargas, Sertão e Coxilha, que ficam às margens da BR-153, reivindicam o asfaltamento do trajeto pelo impacto direto no escoamento da produção regional agrícola e para o desenvolvimento econômico, agora limitados pela precariedade da infraestrutura logística do trecho.
Em 2015, a Universidade de Passo Fundo (UPF), junto aos Coredes Produção e Norte e pela URI, criou o Comitê Executivo Pró-Conclusão da Obra da BR-153. Desde então, foram diversas mobilizações foram organizadas para sensibilizar as autoridades públicas para a conclusão da pavimentação desse corredor rodoviário. Em abril do ano passado, a Rudra Engenharia Ltda, empresa vencedora do processo licitatório, iniciou o trabalho de elaboração do projeto técnico para o asfaltamento do trecho.