Menos de 30 dias depois de um ato de vandalismo danificar placas no Chafariz da Mãe Preta e na Praça Tamandaré, outros monumentos foram depredados em Passo Fundo. Os atos de vandalismos mais recentes aconteceram na Praça Marechal Floriano, também conhecida como Praça da Cuia. Os danos foram percebidos no amanhecer desta segunda-feira (22), e provocados, provavelmente, durante o final de semana. Ocorreram pichações em monumentos e o sumiço de diversas placas de bronze, que identificam os bustos de personalidades expostas na Praça em frente à Catedral. Os vândalos também quebraram uma estrutura que serve como base para um dos bustos, e um suporte de mármore que fica localizado na entrada da praça e identificava o local.
Ainda na tarde desta segunda-feira (22), uma equipe da prefeitura esteve na Praça da Cuia para fazer o levantamento dos danos causados e já iniciou o processo para recuperação dos suportes, especialmente os que são feitos de concreto.
O roubo das placas nas praças e locais públicos de Passo Fundo se tornaram rotina nas últimas semanas. No amanhecer do dia 28 de outubro, foi constado o roubo das duas últimas placas de bronze que contavam a história, em português, e na língua indígena, que deu origem à lenda do Chafariz da Mãe Preta, o local havia sido recentemente restaurado, depois de ter sido depredado. No mesmo dia também foi observado o vandalismo no monumento à Gervásio Annes, localizado na Praça Tamandaré.
Desrespeito com a cultura da cidade
Para evitar que novos atos de vandalismo aconteçam, a secretária de Cultura de Passo Fundo, Miriê Tredesco, comenta que as peças roubadas ou danificadas, que são na sua grande totalidade feitas em bronze, estão sendo substituídas por outros materiais, com menor valor financeiro. Ela lamenta porque a obra danificada fica comprometida, porque perde a sua originalidade, sendo necessária a contratação de um artista para fazer uma reprodução. Como exemplo, a secretária cita o monumento à Gervásio Annes. “É necessário um alto investimento financeiro para recuperar, pois é todo um processo licitatório que precisa ser feito, porém, há uma perda na qualidade histórica do monumento danificado”, explica ela.
Nas proximidades da Praça Marechal Floriano há três pontos de câmeras que podem auxiliar os órgãos de segurança na identificação dos autores do crime, entretanto, ela lembra que todas as pessoas são guardiãs da cultura, e a cidade é um museu em si mesmo, assim é necessária uma consciência de preservação. Miriê explica que qualquer intervenção feita para recuperar os atos de vandalismo, além de ser muito caro, também tira a originalidade da obra.
A Secretária comentou que há uma articulação, que conta também com a Secretaria de Segurança Pública, para a elaboração de meios para evitar que estes atos criminosos sigam acontecendo.