Primeira vítima da tragédia da Boate Kiss prestou depoimento no começo desta tarde. Ela trabalhava na Kiss há seis meses quando aconteceu a tragédia. Diz que via muito Elissandro Spohr nas festas na Kiss, mas nunca viu os demais réus.
Na noite do incêndio tinha bastante gente na boate, diz a depoente. "Tava cheio, não parei um minuto". Era festa de turma de faculdade, que sempre atraia muita gente, lembra. A depoente trabalhava na cozinha, e não percebeu de início que havia um incêndio. Chegou a desmaiar em dado momento.
Ela teve queimaduras em 40% do corpo e ficou 21 dias desacordada em um hospital depois de ser levada para Porto Alegre. A depoente chorou e disse que fez cinco cirurgias de enxerto de pele. Diz que sessões de fisioterapia propiciaram não ficar com sequelas em relação ao movimento.
Ela comentou que que havia uma barra de contenção na boate e pessoas da frente eram esmagadas, empurradas pelas que vinham atrás. Depoente relatou em maquete digital apresentada pelo Ministério Público onde estava quando percebe que havia algo errado. Conta que viu pessoas indo em direção ao banheiro, e tentou avisar que a saída era do outro lado.
Orientação da boate era que só se saía depois do pagamento da comanda, segundo a depoente. Diz que já teve festa na Kiss com cerca de 1200 pessoas, e que a ideia da casa era quanto mais gente melhor. Depoente não recordou de ter ouvido alguém alertando sobre fogo na noite da tragédia.