O Ministério Público do Rio Grande do Sul em Soledade interpôs ontem (8), recurso em sentido estrito para que sejam restabelecidas as prisões preventivas de dois réus denunciados pela morte da jovem Paula Chaiane Perin Portes, de 18 anos. O promotor de Justiça responsável pela denúncia, Bill Jerônimo Scherer, destaca, no recurso, que o MP não concorda com a decisão que revogou as prisões preventivas dos réus. O promotor requereu que o juízo se retrate da decisão de soltura ou, caso a mantenha, que os autos sejam encaminhados à instância superior, para exame pelo Tribunal de Justiça.
Denúncia
O promotor de Justiça apresentou, em 22 de outubro de 2020, denúncia contra cinco pessoas investigadas pela morte da jovem Paula Chaiane Perin Portes, de 18 anos, em Soledade. Foi imputado a quatro deles o crime de homicídio sextuplamente qualificado e a todos eles os crimes de ocultação de cadáver e organização criminosa. A denúncia foi aceita parcialmente pela Justiça, que a rejeitou em relação a um dos denunciados. O MPRS recorreu e aguarda julgamento do recurso pelo Tribunal de Justiça.
O Crime
A denúncia narra que, na noite de 10 de junho 2020, um dos denunciados atraiu Paula para um imóvel localizado no bairro Fontes. Lá, em comunhão de vontades e conjugação de esforços com outros três comparsas, mataram a jovem de 18 anos por asfixia. Consta na peça que “para perpetrar o delito, um dos denunciados, dissimulando a intenção homicida, convidou a vítima, com quem já mantinha contato prévio por meio de redes sociais, para que se encontrassem sob o pretexto de ali confraternizarem”.
Em seguida, carregaram Paula até um veículo estacionado por um dos acusados em frente ao local e a levaram até uma propriedade rural pertencente à família de outro dos denunciados, onde o corpo foi ocultado. Os demandados, inclusive, cobriram a terra revolvida com galhos e plantas. “Algum tempo depois da ocultação, após perceberem a enorme comoção gerada na comunidade pela morte brutal da jovem Paula e temendo que as autoridades policiais obtivessem informações a respeito do paradeiro do corpo ocultado, dois dos denunciados retiraram o cadáver do local inicial e o moveram até outra propriedade rural, na localidade Rincão do Bugre”, detalha a denúncia. O cadáver somente foi encontrado em 16 de agosto, mais de dois meses depois do homicídio.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Paula foi morta por motivo torpe, caracterizado por desejo de vingança nutrido por um dos denunciados por ela ter presenciado cenas de agressão praticadas por ele contra sua ex-companheira e também para que não contasse sobre o envolvimento dos denunciados com o crime organizado, com o tráfico ilícito de drogas e com cargas ilegais de cigarros.