Cédulas falsas produzidas em São Paulo abastecem a região de Passo Fundo

Setores de inteligência da Polícia Federal e da segurança dos Correios trabalham em conjunto para interceptar o dinheiro falso

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Criminosos enviam as notas em embalagens pequenas para não chamar a atenção. (Divulgação/PF)Criminosos enviam as notas em embalagens pequenas para não chamar a atenção. (Divulgação/PF)
Criminosos enviam as notas em embalagens pequenas para não chamar a atenção. (Divulgação/PF)
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Uma nova modalidade de crime está mobilizando a Polícia Federal de Passo Fundo. A apreensão de notas falsas enviadas via Correio para as cidades da região está se tornando corriqueira, e aumentaram significativamente desde o ano passado. Na apreensão mais recente os policiais federais interceptaram R$ 2 mil em notas falsas e prendeu um homem de 21 anos na cidade de Erechim. O jovem foi abordado na segunda-feira (25), instantes após retirar a correspondência no centro de distribuição dos Correios, sendo flagrado na posse de quatro cédulas de R$ 200, dez cédulas de R$ 100 e quatro notas de R$ 50, todas falsas. Um telefone celular foi recolhido para análise.


Produção de notas falsas em São Paulo

Segundo o delegado da Polícia Federal de Passo Fundo, Sandro Luiz Bernardi, diversos casos aconteceram desde o ano passado. Conforme ele, as notas são produzidas em São Paulo distribuídas para a região de Passo Fundo via Correio. O comércio destas notas é feito pelas redes sociais, e depois são distribuídas pelos compradores no comércio local. “Pessoas aqui da região descobrem por meio dos grupos de Whats’App e Facebook esses fornecedores e encomendam as notas”, explicou o delegado.


Investigação conjunta

O delegado comenta que a apreensão destas notas acontece sempre como resultado de um trabalho conjunto do setor de inteligência da Polícia Federal e da segurança dos correios. Algumas vezes, a investigação também é resultado da parceria com a Polícia Federal de outros estados, onde já havia o curso de alguma investigação relacionada a este crime. “A investigação é sempre em conjunto com outros órgãos ou delegacias”, explicou ele.

Para tentar não chamar a atenção do sistema de segurança dos Correios, os criminosos procuram despachar pequenas quantidades de dinheiro, em forma de pequenas encomendas. “Elas geralmente são enviadas em pequenas quantidades, aproximadamente R$ 2 mil, para não chamar a atenção das autoridades, e por isso, muitas vezes é difícil identificar. Geralmente é um pacote pequeno, com poucas cédulas, entre 10 e 20 cédulas”, explicou.

 

Distribuídas no comércio informal

O delegado esclarece que a qualidade das notas é boa, e pode enganar qualquer cidadão que não tenha experiência em lidar cotidianamente com dinheiro em papel. Isso acontece mesmo com aquelas notas produzidas nas impressoras mais populares. Segundo ele, as notas de melhor qualidade são as notas de R$ 100,  R$ 50, e R$ 20, entretanto, as notas de R$ 200, são mais fáceis de identificar a falsificação.

O comércio formal tradicionalmente tem mais experiência em detectar se as notas que recebe são verdadeiras ou falsas. Assim, muitos criminosos optam em repassar essas notas para cidadãos comuns que fazem vendas pela internet. “As pessoas que vendem produtos pela internet precisam ter um cuidado redobrado. Há vários casos em Passo Fundo e região, onde a pessoa vende, por exemplo um celular, recebeu o pagamento, mas depois foi verificar e eram cédulas falsas”, explicou.


Notas falsas precisam ser repassadas à polícia

Qualquer pessoa que receber, mesmo que de boa-fé, uma nota falsa, precisa repassar ela de forma imediata para a polícia, para que seja aberta uma investigação. Se não fizer isso, estará cometendo um crime. A pena para quem for flagrado com dinheiro falso pode variar entre 3 e 12 anos de reclusão. Por isso, é importante sempre ter conhecimento dos itens de segurança das notas. “O comércio geralmente tem experiência na identificação destas notas. Mas a população em geral, quando receber notas de alto valor, precisa observar os itens de segurança como a marca d’água, imagens em auto relevo”, explicou o delegado. Quem não tiver conhecimento destes itens pode buscar mais informações no site do Banco Central, onde há diversas informações para confirmar se a nota é verdadeira ou falsa. O delegado diz ainda que uma das formas mais assertivas para saber se a nota é falsa é observar a qualidade do papel, pois os falsificadores das notas não têm acesso ao papel moeda e utilizam um papel de menor qualidade.

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